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2016 demorou mesmo para acabar: o ano teve um segundo a mais

Segure o fôlego para a contagem regressiva - o Ano Novo não está com pressa nenhuma para chegar.

Por Ana Carolina Leonardi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 2 jan 2017, 09h45 - Publicado em 29 dez 2016, 11h57

Ao contrário do que o mundo parece desejar, 2016 não tem pressa para acabar. A organização internacional que sincroniza todos os relógios do planeta anunciou que o ano vai durar mais que o normal.

Isso porque o Serviço Internacional de Sistemas de Referência e Rotação da Terra tem a responsabilidade de sincronizar o horário que você vê no relógio (ou, provavelmente, no celular) com o chamado horário astronômico.

Você já deve saber que um dia na Terra tem 24 horas porque esse é o tempo que o nosso planeta leva para dar uma volta em seu próprio eixo. O problema é que essa medida é só uma aproximação – a rotação terrestre não é tão precisa assim e, estimam os astrônomos, está ficando mais lenta.

De tempos em tempos, o Serviço Internacional anuncia que será necessário acrescentar um leap second (ou um “segundo de salto”) para que os nossos relógios superprecisos da Terra voltem a se alinhar com o dia astronômico – o tempo que, na prática, o planeta está levando para terminar sua rotação.

Tecnicamente, a organização poderia fazer isso assim que percebesse que os dois tipos de horário estão desconjuntados. Bastaria fazer o ajuste nos relógios atômicos, que são mantidos por universidades e usam átomos de césio para medir o tempo com extrema precisão. Mas eles deixam essas pequenas disparidades se acumularem até o início ou o meio do ano.

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Essa escolha tem a ver com o seu computador – que, apesar de muito inteligente, é metódico ao extremo. Um sistema está acostumado a seguir regras. Um segundo depois das 23:59:59, ele está programado para considerar que um novo dia começa. Quando uma interferência externa pede que ele mostre 23:59:60, o computador pode interpretar isso como um erro no sistema. Para podermos proteger a internet dessa fragilidade, os leap seconds são anunciados com seis meses de antecedência – e assim dá para prevenir algo como um “bug do milênio“.

No Brasil, o segundo extra de 2016 não vai ser exatamente à meia-noite, por causa do fuso horário. No nosso caso, o atraso vai acontecer na virada entre 21h59 e 22h da véspera do Ano Novo. Mas, para quem está na região do “ponto zero” do fuso, a sequência do relógio deve ser a seguinte: 23:59:59, 23:59:60, 00:00:00.

O ano de 2016, inclusive, acumulou mais de um “truque temporal” que visa alinhar o tempo atômico ao astronômico: além do segundo extra na virada, o ano foi bissexto, ou seja, teve um dia extra em fevereiro. Não é apenas impressão sua – o ano das decepções realmente levou mais tempo para acabar que o normal. 

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