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3I/Atlas atinge seu periélio; entenda os próximos passos e como vamos observá-lo

O visitante interestelar agora inicia sua jornada de saída do nosso Sistema Solar, e poderá ser estudado por várias sondas espaciais nas próximas semanas.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 30 out 2025, 17h15 - Publicado em 30 out 2025, 16h00

No dia 29 de outubro, o 3I/Atlas – o objeto astronômico mais famoso do momento – atingiu seu periélio, o ponto mais próximo do Sol de sua trajetória. Agora, esse visitante longínquo segue sua viagem de saída da nossa vizinhança cósmica, que ainda deve durar alguns meses.

O 3I/Atlas é um objeto interestelar, ou seja, vem de fora do nosso Sistema Solar. É apenas o terceiro turista espacial já encontrado, após o 1I/ʻOumuamua, identificado em 2017, e o 2I/Borisov, de 2019. Ele foi flagrado pela primeira vez em julho pelo sistema de telescópios terrestres Atlas, da Nasa. Inicialmente misterioso, ele vem sendo estudado por vários equipamentos desde então e, hoje, as evidências permitem concluir que ele é um cometa.

O Atlas possui uma trajetória hiperbólica – isto é, não está orbitando nosso Sol. Mesmo assim, dá para definir seu periélio como o ponto no espaço mais próximo à nossa estrela que ele vai chegar. Esse momento acaba de ocorrer: o cometa ficou a “só” 203 milhões de quilômetros do Sol.

Daqui da Terra, não é possível observar o visitante durante esse período, já que ele está escondido atrás da estrela. Mas sabemos o que deve acontecer: quando cometas se aproximam do Sol, o calor crescente faz com que o gelo do objeto passe por sublimação, aumentando a nuvem de gás e poeira que envolve o astro (chamada de coma cometária). 

Além disso, a radiação do vento solar faz com que este material seja “empurrado”, formando assim uma longa e luminosa cauda. Quando o Atlas for observado novamente por telescópios terrestres, no final de novembro, ele deverá estar mais brilhante e parecer maior por causa disso.

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Embora não consigamos vê-lo daqui da Terra, várias espaçonaves espalhadas pelo Sistema Solar podem dar uma boa espiada neste visitante cósmico. No começo de novembro, o Atlas vai passar perto de Vênus, e poderá ser observado pela missão Juice, da Agência Espacial Europeia (ESA). A Juice foi lançada em abril de 2023 para estudar Júpiter e suas luas e acaba de passar por Vênus; ela será a nave mais próxima do Atlas, e a que provavelmente mais revelará sobre o cometa.

Missões que estão estudando Marte também vão conseguir dar uma espiada no Atlas nas próximas semanas, além da sonda Psyche, da Nasa, que foi lançada em 2023 para estudar o asteroide 16 Psique, e da missão Lucy, também da Nasa, cujo objeto de observação principal são os asteroides troianos de Júpiter. Ou seja: não vão faltar espectadores para assistir ao Atlas no auge do seu brilho.

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Estudar o cometa próximo ao seu periélio é importante porque este é o melhor momento para coletar dados sobre sua composição química, já que muitos gases e poeira vão ser liberados pelo Atlas por causa das altas temperaturas. Até agora, astrônomos já identificaram que ele possui mais dióxido de carbono (CO2) do que a maioria dos cometas, e detectaram também níquel no visitante, um resultado incomum.

Essas características nos ajudam a entender como é a composição química do sistema solar em que esse cometa nasceu, possivelmente há incríveis 7 bilhões de anos – segundo estimativas, o Atlas pode ser mais velho que o nosso próprio sistema solar, que tem 4,6 bilhões de anos.

O Atlas chega ao seu ponto mais próximo da Terra em 19 de dezembro, quando ficará a apenas 270 milhões de quilômetros de nós. Fique tranquilo: é uma distância segura, e o cometa não representa nenhuma ameaça.

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