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A lua tem um lado escuro

O correto seria chamá-lo de "oculto" ou "distante". Ele nunca é visto da Terra, mas recebe até mais luz solar que a face avistada daqui

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h52 - Publicado em 25 fev 2011, 22h00

Texto Reinaldo José Lopes

Não há nada de sombrio ou misterioso no “lado escuro” da Lua. Na verdade, muitas naves tripuladas e não tripuladas – inclusive as famosas missões Apollo e seus astronautas americanos – fotografaram e filmaram essa região do nosso satélite natural. Não encontraram nada de esquisito, somente pedras, areia, crateras e montanhas. E ratificaram o que os astrônomos já estavam carecas de saber: a Lua não tem “lado escuro” nenhum, mas uma face que nunca é vista por quem olha aqui da Terra.

Lado oculto, porém, não quer dizer que ele seja escuro. A Lua, assim como o nosso planeta, gira em torno de seu próprio eixo. Ou seja: tem um ciclo de dia e noite, com cada centímetro da sua superfície sendo iluminado pelo Sol por um determinado período a cada giro completo.

A gente vê sempre o mesmo lado da Lua porque a atração gravitacional exercida pela Terra forçou a ocultação permanente da outra face. Ao longo do tempo, a interação gravitacional entre os dois corpos celestes fez com que o satélite ficasse trancado numa espécie de sincronização entre seus períodos de rotação (o giro da Lua em torno de si mesma) e translação (a volta que ela dá ao redor do nosso planeta). Os dois levam um pouco menos de 4 semanas para ser completados. É a duração do mês lunar .

Ora, se para dar uma volta em torno de si mesma a Lua gasta o mesmo tempo que para dar uma volta ao redor da Terra, o satélite acaba ficando sempre com a mesma face virada na nossa direção. Torna-se um pouco mais fácil de visualizar quando você imagina uma pessoa dando uma volta ao seu redor no mesmo tempo em que dá um giro completo em torno dela mesma. Faça o teste! Ao estabelecer essa sincronia de movimentos (a mesma que existe entre a rotação e a translação da Lua ), essa pessoa jamais vai lhe dar as costas, mantendo os olhos o tempo todo em você.

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Ironicamente, o lado distante da Lua, como também é chamado pelos astrônomos, recebe até mais luz solar que o lado visto daqui, porque nunca está sujeito a eclipses – nos quais a sombra projetada por nosso planeta recobre o satélite. Em compensação, a face visível recebe mais luz refletida da Terra, o que faz com que ela, na média, seja um pouco mais iluminada.

Duas caras
A face da Lua virada para a Terra é cheia de planícies; a outra, toda esburacada

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LADO PRÓXIMO
Esta é a face da Lua que está sempre voltada para a Terra, com dois tipos predominantes de terreno: mares (áreas mais escuras, na verdade planícies cobertas por lava) e regiões montanhosas (as regiões mais claras da foto).

LADO DISTANTE
É a face que nunca vemos aqui da Terra. Quase não tem mares e apresenta número muito maior de crateras formadas pelo impacto de asteroides. Foi fotografada pela primeira vez em 1959, por uma sonda soviética.

1 + 2 = 3
Entenda por que o satélite natural nos mostra sempre a mesma metade

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1. ROTAÇÃO
É o giro que a Lua dá em torno de seu próprio eixo. Nosso satélite natural precisa de exatamente 27 dias, 7 horas, 43 minutos e 11 segundos para concluir esse movimento (mesmo tempo necessário para dar uma volta completa em torno da Terra).

2. TRANSLAÇÃO
Movimento que a Lua faz ao redor da Terra. Como o tempo gasto para dar uma volta completa no planeta é o mesmo que o satélite leva para girar em torno de si mesmo, ele acaba ficando sempre com a mesma face voltada para a nossa direção.

3. SINCRONIA
Rotação e translação demoram o mesmo tempo para ser completadas porque, ao longo de bilhões de anos, a interação gravitacional entre a Lua e a Terra forçou essa sincronização. É o que os astrônomos chamam de acoplamento de maré.

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