As abelhas não só reconhecem as figuras geométricas, mas também sabem distinguir figuras disfarçadas, como um triângulo sugerido apenas por seus contornos (veja ilustração). A conclusão é da bióloga Cláudia Boacnin, do Instituto de Psicologia Experimental da Universidade de São Paulo (USP). Cláudia fez uma experiência que consistiu em treinar insetos da espécie Melipona quadrifasciata a buscar água com açúcar dentro de triângulos equiláteros. Mais tarde, ela substituiu esses triângulos por uma imagem com contornos ilusórios, o chamado triângulo de Kanizsa (porque foi criado em 1955, pelo cientista italiano Gaetano Kanizsa). Ao lado, colocou duas imagens que nada tinham a ver com triângulos. Embora nenhuma figura contivesse açúcar – para que os insetos não se guiassem pelo cheiro -, as abelhas reconheceram a forma que, na experiência inicial, trazia o alimento. Assim, fizeram a maior parte dos pousos (51%) sobre a figura que mais se parecia com um triângulo e apenas 24,5% sobre as outras duas.