Agora é que ninguém segura os geneticistas. Não contentes em clonar ovelhas inteiras, eles aprenderam a mexer no DNA dos mortos. Melhor: do fóssil de um homem de Neandertal morto há mais de 30 000 anos, pouco antes da extinção da espécie. O especialista Svante Pääbo, da Universidade de Munique, Alemanha, extraiu do esqueleto algumas migalhas de osso que não estavam totalmente fossilizadas. Foi daí que ele copiou os genes, numa façanha inédita. Em seguida, uma equipe comparou o DNA do milenar defunto com o de um homem europeu atual e viu diferenças grandes entre eles. Isso indica que o Neandertal não foi nosso parente próximo. E que não teria surgido na Terra há 100 000 anos, como avaliam os antropólogos, mas há uns 600 000 anos. No máximo, pode ter convivido com o Homo sapiens na etapa final da sua jornada sobre o planeta.