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Artefatos sírios misteriosos de 4 mil anos identificados como chocalhos de bebê

Os cabos pequenos, com no máximo 6 cm de comprimento e 2 cm de diâmetro, são ideais para mãos de crianças.

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 26 Maio 2025, 14h41 - Publicado em 26 Maio 2025, 14h00

Um grupo de pesquisadores da Universidade de Copenhagen e do Museu Nacional da Dinamarca analisou uma conhecida coleção de fragmentos de cerâmica com cerca de 4 mil anos encontrada em um sítio arqueológico na cidade síria de Hama, no oeste do país.

Eles concluíram que os pedacinhos são oriundos de chocalhos pequenos e silenciosos demais para serem usados por músicos adultos e que muito provavelmente serviram como brinquedos para os bebês da época. As conclusões saíram no periódico Childhood in the Past, especializado em história da infância.

Ao todo, o professor Georges Mouamar e seus colegas tiveram acesso a 19 fragmentos, encontrados originalmente na década de 1930 por um arqueólogo chamado Harald Ingholt. Eles passaram quase um século guardados e só agora foram corretamente identificados como instrumentos de percussão.

Mouamar era o cara certo para a tarefa: só reconheceu os fragmentos como chocalhos porque já havia visto pedacinhos similares em um museu em Damasco, na Síria. Não fosse essa coincidência, o material coletado por Ingholt antes das 2ª Guerra permaneceria na gaveta.

Grosso modo, há três tipos de chocalho entre os artefatos arqueológicos do Levante (nome que se dá à parte do Oriente Médio localizada no litoral do Mediterrâneo): chocalhos sem cabos, chocalhos zoomórficos e chocalhos com cabos. Os chocalhos de Hama, assim como os de alguns sítios contemporâneos vizinhos com que foram comparados, tinham cabo.

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Cabo pequeno, diga-se: algo 4,5 cm e 6 cm de comprimento e apenas 2 cm de diâmetro, ideal para uma criança agarrar. Chocalhos parecidos e ainda intactos encontrados em um outro sítio arqueológico, em Al-Zalaqiyat, ainda continham pedrinhas dentro do corpo. Eles permitiram determinar que essas peças eram relativamente silenciosas e não seriam audíveis em um contexto adulto, como um ritual religioso.

O grau de preservação é surpreendente: “O material interno é de pedra ou argila cozida, nenhum dos quais se degrada, e os orifícios no corpo do chocalho são pequenos demais para que as pedrinhas caiam”, explica o pesquisador Mette Hald, outro participante do estudo. 

Os primeiros chocalhos de argila em Hama aparecem em um nível de escavação denominado J6, o que coincide com uma época em que a população do local cresceu. Para comportar tanta gente, o urbanismo do assentamento mudou de um plano aberto com avenidas largas para quarteirões com edifícios compactos ao longo de becos estreitos. O número de bebês cresceu; o de brinquedos também.

 

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