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Asteroide da extinção dos dinossauros era uma bola gigante de lama e argila

Estudo investigou com detalhamento inédito a composição química do meteorito – que era de um tipo raro na Terra, chamado condrito carbonáceo.

Por Eduardo Lima
16 ago 2024, 18h00

Há 66 milhões de anos, um asteroide atingiu a Terra onde hoje fica a península de Yucatán, no México, deixando uma cratera de 145 km de diâmetro. Essa é a cicatriz de um impacto que levou à extinção de aproximadamente 75% das espécies existentes na época.

A maioria dos dinossauros desapareceu por causa da colisão e seus efeitos colaterais; as aves (que, vale sempre lembrar, são dinossauros) foram a única exceção.

Esse desastre esvaziou muitos nichos ecológicos que eram ocupados por répteis – possibilitando que os mamíferos, antes bichinhos pequenos de hábitos noturnos, se irradiassem em espécies tão variadas quanto girafas, baleias e humanos.

O asteroide tinha algo entre 9,7 km e 14,5 km de diâmetro, e foi vaporizado ao colidir com a Terra a uma velocidade de 25 km por segundo. Esse pó se espalhou pelo mundo todo, bloqueando a luz do Sol e abaixando a temperatura por anos, o que desencadeou um desequilíbrio ecológico caótico. 

Agora, um novo estudo publicado na Science desvendou a composição química desse pó, e descobriu que o bólido responsável pela quinta extinção em massa da Terra era uma rocha rica em argila, com traços de materiais tão antigos quanto o próprio Sistema Solar.

Não dá para conhecer a origem exata do asteroide, porque é difícil achar evidência química dele que já não esteja muito misturada e contaminada com o material terrestre. O que o estudo conseguiu mostrar é que o meteorito veio de dentro do Sistema Solar, e de algum lugar além de Júpiter.

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Seguindo as pegadas químicas do asteroide

O material pulverizado resultante da colisão de Yucatán, aos poucos, caiu sobre todo o mundo. Hoje, esse pó pode ser encontrado em vários países, acumulado em uma camada de argila no subsolo conhecida pelos geólogos como fronteira K-Pg (Cretáceo-Paleógeno, que são o período geológico anterior e posterior à extinção, respectivamente).

Para este estudo, os pesquisadores analisaram amostras coletadas na Dinamarca, na Itália e na Espanha. 

Essas amostras carregam um elemento químico raro na crosta da Terra, o rutênio, em sua composição. Ele é encontrado com frequência em meteoritos de um tipo conhecido como condrito carbonáceo. A maior parte dos meteoritos que caem na Terra, por sua vez, são condritos comuns. 

Comparando o asteroide de 66 milhões de anos atrás com os condritos carbonáceos que existem hoje no Sistema Solar, é possível dizer que ele se assemelhava a eles em composição, com água, argila e compostos orgânicos.

Embora os condritos carbonáceos correspondam a apenas 5% dos impactos com nosso planeta, ele são um tipo de pedregulho muito comum no espaço aberto, e são alguns dos pedacinhos mais antigos do Sistema Solar ainda em circulação. 

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As descobertas sobre o asteroide foram possíveis por causa de uma nova técnica que quebra todas as ligações químicas de uma amostra de pedra para identificar o rutênio isoladamente, medindo seus níveis com precisão.

Entender as origens desse meteorito é importante para entendermos como prever e reagir a um evento similar no futuro, caso necessário. Já existe tecnologia para desviar esses bólidos de suas rotas, mas um condrito carbonáceo não reagiria da mesma forma que um condrito comum.

Afinal, quando o objetivo é evitar que seu planeta vire um filme apocalípitico cafona com Liv Tyler (e trilha sonora do Steven Tyler!), todo conhecimento é pouco.

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