Eles são os animais mais resistentes da Terra. Conseguem sobreviver no vácuo espacial, aguentam temperaturas absurdas – de -272ºC a 148°C – e são capazes de resistir a uma pressão seis vezes maior do que aquela das entranhas do oceano mais profundo. Eles também têm a habilidade de suportar mil vezes mais radiação do que a dose letal para seres humanos – e agora, os cientistas finalmente descobriram o por quê.
E aí, conseguiu adivinhar quem é esse pokémon da vida real? Não, não estamos falando de elefantes, hipopótamos ou de alienígenas da ficção científica: o bicho mais forte do mundo se chama tardígrado – ou urso d’água para os íntimos -, um serzinho que atinge, no máximo, 1mm. Esses animais habitam lugares úmidos, como musgo, e são até bonitinhos se você não tiver uma aflição terrível (como a repórter aqui):

Na verdade, a resistência do urso d’água já é velha conhecida da ciência. Novidade mesmo é o motivo da capacidade do bichinho de sobreviver a níveis de radiação tão extremos que matariam grande parte da vida terrestre.
Quem descobriu foi um grupo de cientistas da Universidade de Tóquio, em um estudo que investiga o genoma da Ramazzottius varieornatus, uma das espécies mais resistentes de urso d’água que existem. Depois de estudar com atenção o DNA do bicho, os pesquisadores perceberam que a responsável por essa resistência toda é uma proteína batizada de “Supressora de Danos” – e apelidada “Dsup”.
Na prática, a Dsup cria um escudo em torno do DNA dos ursos d’água, evitando que o código genético dos seres microscópicos sofra com a radiação – tudo isso sem interromper as funções básicas do DNA, como a reprodução das células. É a primeira vez que a ciência encontra, no mundo animal, um escudo genético tão poderoso quanto esse.
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O mais legal de tudo é que esse superpoder dos bichinhos pode, um dia, ser aplicado em pessoas: na própria pesquisa de Tóquio, os cientistas testaram a proteína protetora em células de rins humanos e perceberam que houve uma redução entre 40% e 50% nos danos nas células que estavam com o escudo proteico ativado. Esse escudo pode ser útil para viagens espaciais, para radioterapia e para proteger quem trabalha exposto à radiação: “Estamos chegando perto da ficção científica”, diz a apresentação do estudo.
O problema é que, por enquanto, os cientistas só conseguiram proteger células isoladas. Fazer isso em animais inteiros é muito mais complicado, já que alguns dos órgãos vitais podem sofrer danos além do DNA. Ou seja: proteger só o código genético não basta contra níveis tão grandes de radiação. Por isso, o time de cientistas de Tóquio garante que esse é apenas um primeiro passo – agora, eles pretendem continuar estudando o urso d’água para compreender cada vez mais por que diabos o bichinho é tão resistente.
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