Catarina, o furacão de categoria 3 que atingiu o Brasil em 2004
O furacão Florence chegou aos EUA nesta sexta. No Brasil, o único caso registrado do fenômeno na história deixou mais de 33 mil pessoas desabrigadas
A temporada de furacões chegou aos Estados Unidos causando estrago. O furacão Florence chegou ao país nesta sexta (14) provocando chuvas, ventos fortes e enchentes.
O fenômeno já causou estragos no estado da Carolina do Norte. Segundo agências de notícia internacionais, quatro pessoas morreram, e 600 mil estão sem energia.
Em 2017, quem deu problemas foi o furacão Irma, que atingiu principalmente ilhas do Caribe e a Flórida. Naquele ano, uma usuária do Twitter criou uma thread que explicava a formação desses ciclones (sim, furacão, ciclone e tufão são sinônimos) e lembrava a passagem do Catarina, o único furacão da história a atingir o Brasil.
Catarina, a grande
O dia 28 de março de 2004 ficou marcado como a primeira vez em que um furacão atingiu a costa do Atlântico Sul. O Catarina que atingiu ventos de 180 km/h, o que o classificou na categoria 3 na escala Saffir-Simpson, que mede a intensidade de ciclones com base na velocidade dos ventos e vai de 1 até 5. À título de comparação, o Florence, que chegou a estar na categoria 4, foi rebaixado para 1 ao chegar na costa leste dos EUA.
O fenômeno aconteceu em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e seu nome veio da área mais afetada por ele. Ao menos 40 cidades catarinenses foram atingidas. De acordo com o Centro de Estudos e Pesquisas em Engenharia e Defesa Civil da Universidade Federal de Santa Catarina, essas foram as consequências:
–35.873 casas danificadas (993 destruídas)
–4 mortes
–518 feridos
–33 mil desabrigados
–R$ 1 bilhão de prejuízo
–14 cidades em estado de calamidade pública
Por que é difícil que um furacão atinja o Brasil?
Para entender porque nós só tivemos um registro desse tipo de fenômeno climático, é preciso compreender como os furacões são formados.
Eles nascem nos oceanos pela evaporação de grandes volumes de água. A água evaporada cria uma megatempestade, que por sua vez gera uma área de baixa pressão. Já o movimento circular dos ventos é causado pelas massas de ar de alta pressão do entorno que se deslocam para onde há baixa pressão.
Só que, para isso acontecer, a temperatura das águas precisa estar alta, acima dos 27 oC. E o Atlântico Sul não passa dos 26oC em seu ponto mais quente, o Nordeste brasileiro.
O furacão Catarina é até hoje considerado um caso raríssimo, pois foi resultado de um ciclone extratropical (uma forte tempestade da família dos ciclones) que evoluiu para uma categoria mais severa.