Cíntia Cristina da Silva
Charles Darwin tinha 22 anos quando embarcou na aventura que mudaria sua vida e a maneira como a ciência encarava a evolução das espécies. De 1832 a 1836, ele circunavegou o globo a bordo do HMS Beagle, navio da Marinha britânica comandado pelo capitão Robert FitzRoy.
Na viagem de exploração hidrográfica e cartográfica, Charles Darwin foi admitido como naturalista, cuja função era pesquisar a geologia, os animais e as plantas. Seus estudos renderam matéria-prima para a elaboração de A Origem das Espécies (1859), em que o pesquisador defende a teoria da seleção natural, segundo a qual o meio seleciona e favorece os seres mais fortes.
Escrito por Richard Darwin Keynes, bisneto do naturalista, Aventuras e Descobertas de Darwin a Bordo do Beagle reúne cartas, parte do diário de Darwin, desenhos e ilustrações. Fisiologista e professor titular da universidade de Cambridge, Keynes levou mais de dez anos para organizar e escrever essa edição definitiva sobre a aventura de seu bisavô. Em seu texto, o autor lança um olhar informal sobre o cientista, revelando um homem apaixonado pela história natural e pelo prazer de encontrar e revelar um mundo desconhecido.
AVENTURAS E DESCOBERTAS DE DARWIN A BORDO DO BEAGLE
Richard Keynes
Jorge Zahar Editor, 392 páginas, R$ 49,50
Volta ao mundo em quatro anos
A jornada exploratória do HMS Beagle
Ilhas GalÁpagos, (17/9/1835)
“As rochas negras, aquecidas pelos raios do sol, dão ao ar uma sensação de confinamento e abafadura. As plantas também cheiram desagradavelmente. Toda a região pode ser comparada ao que se pode imaginar como as partes cultivadas do inferno”, escreveu Darwin em seu diário
Ilhas Falkland (Malvinas), (1/3/1833)
Darwin aproveitou para explorar a região e descobriu uma espécie de lesma que o impressionou graças a sua imensa quantidade de ovas – mais de 600 mil. A lesma seria citada na teoria da evolução, já que o grande número de ovas era uma das características responsáveis pela sobrevivência da sua espécie
Rio de Janeiro (4/4/1832)
Darwin recolheu amostras no Corcovado. “Um naturalista na Inglaterra tem uma vantagem sobre os outros ao encontrar com freqüência alguma coisa que valha a pena. Aqui ele sofre do agradável aborrecimento de não ser capaz de andar 100 metros sem ficar amarrado por uma nova e maravilhosa criatura”