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Cientistas vão perfurar o ponto da explosão que dizimou os dinossauros

A plataforma será instalada no Golfo do México, onde o asteroide caiu 66 milhões de anos atrás. Eles buscam as marcas do recomeço da vida na Terra.

Por Camila Almeida
Atualizado em 11 mar 2024, 09h37 - Publicado em 3 mar 2016, 19h45

Ainda este mês, cientistas da Universidade do Texas devem perfurar o ponto onde caiu o asteroide que extinguiu os dinossauros do planeta. A esperança deles é que, mesmo 66 milhões de anos depois, seja possível encontrar pistas de como a vida voltou à Terra, mesmo após a catástrofe que dizimou quase tudo do mundo.

A plataforma de perfuração será instalada no Golfo do México, onde fica o local do impacto – ou Ground Zero. O furo, que vai atingir o coração da cratera Chicxulub, será feito com diamante. Os cientistas esperam que as rochas extraídas da cratera possam dizer se, ali mesmo, não está guardado o mistério para o renascimento da vida.

LEIA: E se… o asteroide que matou os dinossauros caísse hoje?

A cratera tem largura de 180 quilômetros, está a 800 metros de profundidade e é o único vestígio do impacto que ainda está preservado. “Todas as outras estruturas ou estão em outro planeta ou passaram por erosão”, explica o geofísico Sean Gulick, um dos cientistas responsáveis pela pequisa.

E o que eles esperam encontrar lá embaixo? Os cientistas acreditam que as grandes quantidades de dióxido de carbono liberadas pelo impacto foram responsáveis por deixar o oceano ácido, o que teria contribuído para a extinção de espécies. Assim, analisando o fundo do mar, eles esperam descobrir se as espécies que resistiram ao impacto eram também resistentes a um pH mais ácido.

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LEIA: Dinossauros vão voltar. E para o seu bem

Além disso, um dos maiores objetivos é conseguir alcançar o pico principal da cratera, para entender que tipo de vida as rochas que lá existem poderiam abrigar. Um sistema de teledetecção já conseguiu apontar que a estrutura é menos densa que granito, o que significa que ela é porosa e que, possivelmente, as fraturas nas rochas foram preenchidas com fluidos quentes, como lava, por exemplo. “Este seria o ponto preferido para a proliferação de micróbios, mas isso depende se essas fraturas tinham energia e nutrientes”, contou o astrobiólogo Charles Cockell à revista Science.

Quando a broca da perfuração chegar ao pico da cratera, os pesquisadores terão material suficiente para realizar uma “biópsia” geológica. Vão coletar os microorganismos que ainda vivem na cratera e sequências de DNA para encontrar os genes responsáveis pelos processos metabólicos dos seres que ali viveram. Uma verdadeira busca pelo início da vida na Terra.

O projeto, que tem custo de US$ 10 milhões, é financiada pelo International Ocean Discovery Program e pelo International Continental Scientific Drilling Programe.

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