PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana
Continua após publicidade

Construindo uma nova Terra

Cientistas acreditam que seja possível tornar Marte habitável usando as mesmas tecnologias industriais que hoje afetam a Terra

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h52 - Publicado em 12 fev 2011, 22h00

Uma das ideias mais mirabolantes da conquista espacial é a possibilidade de moldar a evolução de outros mundos para que se pareçam com o nosso e possam ser colonizados. Trata-se do processo que, no jargão técnico, é conhecido como terraformação. Mas será que é possível transformar tão radicalmente um outro planeta?

Bem, se você acredita no aquecimento global, é óbvio que a resposta é “sim”. Afinal de contas, com a emissão crescente de gases causadores do efeito estufa em nossa atmosfera, estamos inadvertidamente “venusformando” a Terra. (Vênus é um planeta cujo efeito estufa é tão intenso que a temperatura, seja dia, seja noite, fica na casa dos 450 graus Celsius.)

Dentre os mundos do sistema solar, o único que é suficientemente parecido com o nosso para sofrer um processo de terraformação é Marte. Suas principais diferenças com relação à Terra são a atmosfera muito tênue e, por causa disso, uma temperatura muito gélida para que a água seja mantida em estado líquido na superfície.

Como resolver a situação? Bem, segundo cientistas que estudam isso, o processo seria iniciado do mesmo modo que estamos “venusformando” a Terra, ou seja, teríamos de “poluir” a atmosfera marciana para que o efeito estufa aumentasse.

Pode parecer uma tarefa grande demais, mas a verdade é que talvez Marte precise apenas de um empurrãozinho na direção certa para fazer todo o serviço sozinho.

Continua após a publicidade

Para Chris McKay, cientista do Centro Ames de Pesquisa da Nasa (agência espacial americana), o segredo seria aquecer Marte apenas um pouquinho, mas o suficiente para que as calotas polares – cheias de gás carbônico congelado – passassem a evaporar. Uma vez iniciado esse processo, a introdução crescente do gás carbônico das calotas na atmosfera aumentaria sozinha o efeito estufa, que evaporaria mais carbono das calotas, e assim por diante, até que o estoque acabasse.

O pontapé inicial poderia ser dado pela introdução artificial de um poderoso gás-estufa, o perfluorocarbono. Ele poderia ser fabricado em Marte usando apenas produtos já presentes localmente.

A partir daí, se as contas dos cientistas estiverem certas sobre a quantidade de gás carbônico, em um século teríamos um planeta com uma atmosfera com o dobro da densidade da terrestre, e uma temperatura local oscilando entre 0 e 30 graus Celsius.

Continua após a publicidade

Esse aumento de temperatura teria outro efeito bastante desejável: derreter a água hoje escondida no subsolo marciano sob a forma de gelo. O resultado seria a criação de vários mares – e potencialmente oceanos, dependendo da quantidade de água disponível – na superfície do planeta vermelho.

Legal, temos água e uma temperatura amena. Mas ainda falta um bocado para que seres humanos e animais possam viver lá sem qualquer suporte artificial. Sem oxigênio, não tem negócio para nós. Em compensação, há plantas que podem viver com níveis bastante modestos de oxigênio, e bactérias que nem isso pediriam para fazer a vida nessa nova versão de Marte.

Passaríamos então a uma nova etapa do processo de terraformação: a criação de uma biosfera.

Continua após a publicidade

Seleção artificial

As primeiras bactérias que transplantaríamos para o planeta vizinho seriam geneticamente escolhidas para metabolizar todo aquele gás carbônico e produzir em troca oxigênio – a boa e velha fotossíntese. Depois delas, viriam as plantas.

Caso a eficiência da nova biosfera seja tão grande quanto a que veio “de fábrica” com a Terra, em cerca de 100 mil anos Marte terá oxigênio suficiente para sustentar seres humanos e outros animais de grande porte em sua superfície. Pode parecer tempo demais, mas estamos falando de um grande processo de engenharia planetária: um dos legados mais positivos da humanidade poderá ser o de espalhar a vida pelo sistema solar!

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.