Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Dados do James Webb revelam exoplaneta aquático com oceano borbulhante

Esse mundo alienígena pode ser coberto por águas a mais de 100 ºC. Mas também há o risco de que seus mares já tenham evaporado.

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 8 mar 2024, 14h26 - Publicado em 8 mar 2024, 14h14

Os fãs de banho quente não terão mais do que reclamar: o exoplaneta TOI-270 d, observado pelo telescópio espacial James Webb, parece ser coberto por um oceano borbulhante e inabitável fervendo a mais de 100 ºC. Avise aquele seu parente que deixa o chuveiro na mesma temperatura que a água do café.

“Mas Super, se a temperatura é tão alta, a água não deveria ter evaporado completamente?” Acontece que a temperatura não é a única coisa em jogo nas mudanças de estado físico: a pressão atmosférica também é uma variável importante.

Quanto mais alta a pressão, mais energia as moléculas de água precisam acumular para se libertar do líquido e virar vapor e mais alto é o ponto de ebulição. Assim, pressões mais altas permitem a existência de planetas com água líquida a mais 100 ºC.

A hipótese do planeta-chaleira é obra de uma dupla de astrônomos da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, e os detalhes estão publicados no periódico Astronomy & Astrophysics.

Esse trabalho é contestado por um outro grupo, formado majoritariamente por cientistas de instituições americanas e canadenses. Eles acabaram de liberar um pré-print (isto é, um artigo científico ainda não revisado, divulgado informalmente na internet) argumentando que a temperatura na superfície do planeta pode facilmente ultrapassar os 4 mil ºC.

Se for esse o caso, adeus água líquida: o planeta consistiria em um bólido rochoso circundado por uma atmosfera muito espessa de hidrogênio e vapor de água, com traços de outras moléculas.

Continua após a publicidade

Esse planeta, localizado a apenas 73 anos-luz da Terra, tem quase cinco vezes a massa do nosso e demora apenas 11 dias para completar uma volta em torno de sua estrela (agora sim dá para reclamar que o ano passou rápido).

Essa celeridade toda se deve à proximidade da estrela que o abriga: apenas 7% da distância que separa a Terra do Sol. É perto, mas estamos falando de uma estrela anã-vermelha, de classe M, bem menor e mais fria que o Sol, na classe G.

Essas bebezinhas do cosmos atingem “só” algo entre 2,4 mil e 3,7 mil ºC, contra os mais de 5 mil ºC de astros como o que nos hospeda.

Planetas tão próximos de suas estrelas costumam sofrer do mesmo problema que a Lua com a Terra: um fenômeno gravitacional chamado acoplamento de maré, em que o objeto menor fica sempre com a mesma face virada para o objeto maior.

Continua após a publicidade

Neste caso, como o corpo maior é uma estrela, temos uma situação em que um lado do planeta é iluminado de maneira permanente enquanto o outro fica na escuridão eterna. Uma situação péssima para quase todas as formas de vida conhecidas.

TOI-270 d foi descoberto por causa da sombra que ele faz ao passar na frente da sua estrela. Esse é um dos métodos mais comuns de detecção de exoplanetas, já que não é possível observá-los diretamente: um objeto em outro sistema solar é algo muito pequeno, escuro e distante.

Os astrônomos conseguem saber que um planeta é cercado de vapor de água ou hidrogênio, como neste caso, por que a luz emitida pela estrela atravessa a sua atmosfera antes de alcançar nossos telescópios.

Nessa passagem, alguns comprimentos de onda eletromagnética são filtrados pelos gases, mas outros não. E os químicos conseguem deduzir a composição química da atmosfera a partir desse dado, porque cada molécula tem uma assinatura espectral única, como um código de barras.

 

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.