“Divórcios” entre albatrozes aumentam com aquecimento do mar, indica estudo
Separações são uma realidade no mundo animal, geralmente desencadeadas por problemas de reprodução. Mas condições adversas do meio ambiente também podem levar à quebra do vínculo.
Uma equipe de pesquisadores investigou albatrozes-de-sobrancelha (Thalassarche melanophris) que vivem nas Ilhas Maldivas por um período de 15 anos e percebeu que as taxas de “divórcio” entre esses pássaros aumentam junto com a temperatura da superfície do mar. Os albatrozes praticam a monogamia, regra entre 90% dos pássaros. Em algumas espécies, os relacionamentos podem se estender por décadas.
Mas a separação também é uma realidade no mundo animal, geralmente desencadeada por questões relacionadas à reprodução: o casal pode enfrentar problemas de fertilidade ou não se dar muito bem garantindo a sobrevivência de seus filhotes. Condições adversas do meio ambiente também podem levar à quebra do vínculo, como mostrou o novo estudo, publicado na revista Proceedings of the Royal Society B.
Os pesquisadores coletaram dados de 2004 a 2019, analisando os relacionamentos dos albatrozes e fatores ambientais. Eles perceberam que a taxa de divórcios variou ao longo dos anos, entre 1% a 8%. Como esperado, os casais de pássaros eram mais propensos à separação depois de falhas na procriação. Mas as taxas mais altas de divórcio apareciam nos anos em que a temperatura da superfície do mar aumentava.
Durante esses períodos, nutrientes presentes em camadas inferiores do mar (de temperatura menor) chegam em menor quantidade à superfície, o que impacta a alimentação das aves. Os pesquisadores apontam que isso pode levar ao aumento da fome, e esse cenário de estresse prejudica a produção de ovos, além de aumentar a chance de que um indivíduo abandone seu parceiro, ovo ou filhote.
A partir dessas descobertas, os pesquisadores afirmam que “o divórcio motivado pelo meio ambiente pode, portanto, representar uma consequência negligenciada da mudança global”.
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