Assine SUPER por R$2,00/semana
Continua após publicidade

E se a gravidade da Terra fosse igual à de Júpiter?

São Paulo seria tão fria quanto a serra gaúcha. E um ano teria 52 meses, de sete dias cada.

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 17 Maio 2023, 15h27 - Publicado em 29 jul 2016, 21h00

A gente moraria em um planetão, naturalmente. Para ter muita gravidade, tio Newton ensinou, você precisa de muita massa. Nesse caso, 15,6 mais massa, com a Terra passando das esbeltas 6 sextilhões de toneladas que tem hoje para as jovianas 90 sextilhões de toneladas. Mas isso não deixaria a circunferência do nosso planeta tão grande assim – ela seria só 2,5 vezes maior. A circunferência de Júpiter, para comparar, é 11 vezes maior que a nossa. A rochosa Terra não precisaria crescer tanto, enfim, porque é mais densa: cada metro cúbico da Terra tem  bem mais massa que cada um do planeta gasoso.

A mudança mais óbvia é tão óbvia que não precisamos nem mencionar (mencionando: você seria 15 vezes mais pesado). Agora vamos às mudanças mais inusitadas. Uma delas é que o ano teria 52 meses, com sete dias cada um. É que a gravidade extra aceleraria a Lua. O satélite iria girar quatro vezes mais rápido, completando uma volta a cada sete dias. Como a idéia de mês é baseada no tempo entre duas luas novas, as primeiras civilizações da Terra instituiriam que um anos tem 52 meses.

O clima mudaria bastante também. A gravidade extra achataria a atmosfera a ponto de ela ficar com só 30% da espessura que tem hoje. Na prática, isso traria um frio montanhoso para lugares que hoje são relativamente quentes. Uma cidade como São Paulo, que fica a 760 metros de altitude, teria o clima equivalente ao de lugares que ficam a quase 2 mil metros, como Campos do Jordão (SP), onde há temperaturas negativas no inverno. Já as montanhas com mais de 5 mil metros ficariam na estratosfera, onde a temperatura para de diminuir com a altitude, estabilizando-se por volta de 60 graus negativos. O pico do Everest, aliás, roçaria na camada de ozônio.

A atmosfera mais curta também seria mais seca. As nuvens não teriam espaço para crescer a ponto de formar chuva. Pelo menos não na quantidade de hoje. A evaporação da água do mar geraria nevoeiros, e as gotículas que eles formam seriam nossa única fonte de água doce. Sem água o bastante, é provável que as espécies mais complexas de vida terrestre jamais tivessem surgido – a começar pela nossa. Mas essa é a melhor das hipóteses. Nas pior, nos adaptaríamos a viver com água de nevoeiro, mas sob a pena de nunca, jamais, se dar ao luxo de ficar de ressaca. Melhor deixar a gravidade de Júpiter por lá mesmo.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.