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Google pode ajudar autoridades a verificar a eficácia das quarentenas

A empresa estuda oferecer dados de localização a autoridades britânicas, mas ainda há discussões sobre a privacidade dessas informações.

Por Carolina Fioratti
Atualizado em 24 mar 2020, 16h56 - Publicado em 23 mar 2020, 17h25

A pandemia de Covid-19 causou, até o momento, mais de 300 mil infecções e 15 mil mortes ao redor do mundo. E enquanto não há uma vacina para garantir a prevenção, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem recomendado a higienização das mãos e o distanciamento social – a restrição do contato entre pessoas. 

Mas manter as pessoas em casa pode não ser uma tarefa fácil. Então, para observar se as quarentenas voluntárias estão sendo respeitadas, e também para registrar sua eficácia, o Google passou a estudar o compartilhamento de dados de localização com autoridades do Reino Unido. 

Por enquanto, a medida só vale para os britânicos, que até as últimas semanas ainda não haviam aderido ao distanciamento social – e seguiam com a ideia de imunidade de grupo: o plano seria deixar que os jovens se infectassem naturalmente para adquirir imunidade. Assim, não transmitiriam às pessoas dos grupos de risco.

Mas a ideia, como você deve estar pensando, não era muito boa – ela já foi abandonada. Voltemos ao projeto do Google.

Quando você pesquisa por um restaurante, o serviço de buscar exibe uma caixinha com todas as informações sobre o estabelecimento: horário de funcionamento, número de estrelas, comentários, etc.. Ali, surgem também os horários de pico do lugar. Usando uma ferramenta parecida com essa, a ideia é que o Google disponibilize dados sobre lotação em lugares públicos, padrões de viagens em aeroportos e assim por diante.

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O projeto visa o coletivo e, segundo a empresa, respeita as normas de privacidade, sem a divulgação de dados pessoais dos indivíduos. Vale lembrar que tudo está apenas no papel: até o momento, ninguém teve seus dados divulgados às autoridades. 

Monitoramento no Brasil

Por aqui, existe um aplicativo em que você pode consultar a porcentagem de pessoas nas ruas e comparar com a quantidade que costumava ter antes da pandemia. É o Citymapper, utilizado para acompanhar o deslocamento na cidade por meio do transporte público (e totalmente gratuito). Ele foi lançado em 2011 na cidade de Londres, mas também funciona no Brasil – por enquanto, apenas em São Paulo. Sua atualização mais recente conta com um “índice de mobilidade”, em que é possível comparar a movimentação de pessoas em diversas cidades ao redor do mundo. 

 

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O aplicativo leva em consideração a movimentação comum de cidadãos (100%) em determinado local. Duas semanas atrás, por exemplo, São Paulo, a cidade brasileira mais afetada pela doença, contava com movimentação de 104%, ou seja, mais agitado que o normal. Aquele período coincidiu com a data dos primeiros alertas para que as pessoas aderissem ao distanciamento social. Na semana seguinte, a movimentação caiu para 33% e, no último domingo (22), para 17%. 

Em Milão, cidade italiana bastante afetada pela Covid-19, as taxas de circulação nessas mesmas datas impressionam: 9%, 4% e 3%, respectivamente. A Itália está com restrições severas para conter a propagação da doença, inclusive multando os cidadãos que sairem de casa sem necessidade. Veja aqui o relato de nosso repórter que vive em Turim e acompanha esse drama de perto.

Enquanto isso, em Londres, os números diminuíram, mas ainda não estão abaixo de 20%. São, respectivamente, 83%, 36% e 23% nas últimas semanas. No Reino Unido, além do Google, empresas de telefonia também devem compartilhar dados de localização com o governo. É o caso da rede móvel O2, que já está fazendo isso, e das empresas EE e BT, que estão discutindo as possibilidades com as autoridades. Outros países pretendem seguir a mesma linha. É o caso de Israel, Áustria e até mesmo dos Estados Unidos.  

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Como fica a privacidade?

Nem todos enxergam o compartilhamento de dados como uma medida segura. Afinal, depois que a pandemia passar, como esse controle poderá ser interrompido? Pat Walshe, especialista em privacidade da Privacy Matters disse a New Scientist que qualquer compartilhamento deve ser feito com transparência, e que não vê uma forma de deixar esses dados 100% anônimos. Walshe acredita que a melhor forma para garantir esse controle seria criar um aplicativo dedicado exclusivamente ao coronavírus, em que as pessoas seriam incentivadas a colocar seus dados ali, espontaneamente. 

É importante lembrar que o distanciamento social não trará melhora imediata. As próximas duas ou três semanas ainda serão complicadas. Por esse motivo, é importante acompanhar a medida e garantir que ela se mantenha. Dessa forma, não haverá superlotação dos sistemas de saúde, e a Covid-19 será combatida da melhor forma possível. 

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