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Guaxinins estão começando a apresentar sinais de domesticação, diz estudo

Animais que vivem em ambientes urbanos dos EUA têm um focinho menor – um dos primeiros sinais da “síndrome de domesticação” descrita por Darwin.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 21 nov 2025, 10h20 - Publicado em 20 nov 2025, 08h00

Guaxinins que vivem em ambientes urbanos dos EUA estão apresentando mudanças físicas por causa da convivência com humanos – um sinal inicial de domesticação.

Segundo um novo estudo, os animais que habitam as cidades têm focinhos menores do que os que vivem em ambientes rurais ou selvagens. O tamanho reduzido do focinho é um sintoma clássico da “síndrome da domesticação”, como cientistas chamam o conjunto de transformações comumente observadas em espécies que são domesticadas. 

A domesticação é o processo de longo prazo em que humanos capturam animais selvagens, selecionam os mais dóceis ou úteis e os cruzam para criar espécies adaptadas para a vida humana. Mas ela não começa já com a interferência humana: a primeira fase da domesticação ocorre quando os bichos passam a se acostumar com a presença dos sapiens

Lobos, por exemplo, começaram a se aproximar dos humanos para se aproveitar dos restos de comida deixados pelos primatas. Os mais dóceis, que fugiam menos e atacavam com menos frequência prosperavam, e passavam essas características. Com o tempo, foram sendo selecionados pelos homens para servir de proteção, e assim nasceram os cachorros. O mesmo aconteceu com os gatos, atraídos pelos ratos que se amontoavam juntos às aglomerações sociais: os mais acostumados com humanos terminaram domesticados.

Agora, cientistas acreditam estar observando o mesmo com guaxinins. A espécie habita grande parte da América do Norte, e muitos indivíduos estão acostumados a explorar o lixo dos americanos e canadenses em busca de comida. Por isso, são bastante familiarizados com humanos.

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Os pesquisadores da Universidade de Arkansas em Little Rock, nos EUA, analisaram mais de 20 mil fotos de guaxinins tiradas em várias localidades do país; as imagens estavam disponibilizadas no iNaturalist, uma plataforma de ciência cidadã em que qualquer um pode contribuir com seus registros. Os resultados foram publicados no periódico Frontiers in Zoology.

“Eu queria saber se viver em um ambiente urbano poderia impulsionar o processo de domesticação em animais que atualmente não são domesticados”, disse Raffaela Lesch, professora de biologia na Universidade de Arkansas e autora do estudo, em comunicado. “Será que os guaxinins estariam no caminho da domesticação simplesmente por conviverem perto de humanos?”

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A equipe descobriu que os guaxinins de áreas urbanas tinham um focinho 3,5% menor do que seus colegas que habitavam zonas rurais – e a fuça menor ê um sinal inicial do processo de domesticação.

A “síndrome da domesticação” é um conjunto de mudanças físicas que ocorrem em espécies que são domesticadas (em relação a seus primos que permanecem selvagens); o fenômeno foi notado inclusive por Charles Darwin no século 19. Animais domésticos, além de menores e menos agressivos, tendem a ter orelhas caídas (e não levantadas), padrões de cores mais variados e focinhos mais curtos.

Não se sabe muito bem por que ela ocorre, mas suspeita-se que células embrionárias estejam envolvidas. Além de guaxinins, a síndrome já foi observada também em raposas e ratos acostumados a viver próximos a humanos. 

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Isso não significa, claro, que essas espécies estejam completamente domesticadas – só que se habituaram com o nosso estilo de vida, e que isso está começando a aparecer inclusive em suas características físicas. 

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