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James Webb: nova imagem revela detalhes inéditos dos Pilares da Criação

Eles são famoso um berçário de estrelas localizado a 6,5 mil anos-luz daqui. Entenda a importância do registro feito pelo telescópio.

Por Luisa Costa
Atualizado em 19 out 2022, 16h14 - Publicado em 19 out 2022, 16h11

No coração da Nebulosa da Águia, a 6,5 mil anos-luz de distância, existe um famoso berçário estelar: os Pilares da Criação. O primeiro registro desse amontoado de gás e poeira aconteceu em 1995, e muitas imagens vieram depois. Mas nenhuma se compara à divulgada nesta quinta (19).

O clique digno de protetor de tela que você vê acima veio do Telescópio Espacial James Webb (JWST, na sigla em inglês). O maior e mais complexo telescópio espacial de todos os tempos está fornecendo aos cientistas, desde julho, imagens mais detalhadas do que nunca de vários cantos do Universo.

Segundo comunicado da Nasa, que liderou o projeto de duas décadas para construção do JWST, a imagem de alta resolução dos Pilares da Criação possibilita contagens muito mais precisas do gás, da poeira e das estrelas recém-nascidas na região. Isso poderá ajudar astrônomos a entender melhor como elas se formam nessas nuvens gigantes ao longo de milhões de anos.

Entenda a imagem

Os Pilares da Criação ficam na nebulosa M16, ou Nebulosa da Águia. Estão a 6,5 mil anos-luz de distância da Terra. Em comparação, o Sol está a 8,3 minutos-luz daqui, e Proxima Centauri, a estrela mais próxima do Sistema Solar, está a 4,25 anos-luz.

Nebulosas como a M16 são nuvens imensas e irregulares de poeira e gás (principalmente hidrogênio). A força gravitacional entre as partículas deixa as regiões densas cada vez mais concentradas – e, assim, a pressão fica insustentável. Esse material entra em colapso. Acontece a fusão nuclear do hidrogênio em hélio e, a partir desse processo (que dura milhões de anos), formam-se estrelas.

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Na nova imagem do James Webb, os objetos pontiagudos em tons alaranjados, que escaparam do amontoado de gás e poeira, são as estrelas recém-formadas. Segundo a Nasa, estima-se que elas tenham apenas algumas centenas de milhares de anos. Já as regiões vermelhas, que parecem lava, são ejeções de material que vêm de estrelas ainda em formação dentro dos Pilares.

Quem descobriu a M16 foi o astrônomo suíço Jean-Philippe Loys de Chéseaux, em 1745. A primeira imagem da região, feita em 1995, foi tirada pelo Telescópio Espacial Hubble – cinco anos depois de seu lançamento pela Nasa. O Hubble revisitou a M16 em 2014 e registrou a imagem que você vê abaixo, à esquerda, mas muitos outros observatórios também já fizeram seus cliques (entenda nesta matéria da Super como são feitas as fotos do espaço).

Duas imagens dos Pilares da Criação: à esquerda, capturada pelo Hubble e, à direita, pelo James Webb.
(NASA, ESA, CSA, STScI; Joseph DePasquale (STScI), Anton M. Koekemoer (STScI), Alyssa Pagan (STScI)./Divulgação)
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