Justiça suíça decide que lagostas sentem dor
Isso quer dizer que a partir de agora é proibido jogar os crustáceos vivos na panela.
Se você sente dó de saber que lagostas são colocadas em água fervente ainda vivas para agradar o paladar de seus consumidores, saiba que governo da Suíça pensa igual – e, por conta disso, proibiu (a partir desta semana) o cozimento dos crustáceos através deste método nada agradável aos olhos.
O cientista que conduziu o experimento para entender se as lagostas sentem dor ou não disse que não está 100% seguro de sua conclusão – mas que ficou tão preocupado com a possibilidade do bichinho sentir dor que só conseguiu realizar o teste uma vez. E não planeja repetir. “Não há provas absolutas, mas os experimentos mostraram que é uma possibilidade consistente de que esses animais sintam dor. Devemos lidar com elas com mais humanidade “, afirmou o professor Robert Elwood, da Universidade de Queens, em Belfast, para o New York Times.
A questão é mais complexa do que você pensa: teoricamente, lagostas não têm anatomia cerebral para sentir dor. Na natureza, elas e outros crustáceos são engolidas inteiras por predadores. Isso, por sua vez, fez com que a seleção natural não tornasse necessária a capacidadede detectar dor por meio de água quente ou choques. Mas isso é só uma teoria. Segundo Michael Tlustly, biólogo especializado em lagostas da Universidade de Massachusetts Boston, ainda que os bichinhos não tenham a tal anatomia cerebral, é impossível saber o que elas sentem. Quando suas patas são atacados, por exemplo, elas tentam se livrar – mas isso pode ser apenas um reflexo de seus corpos. (Ou é isso que nós humanos queremos acreditar.)
A solução do governo suíço para os chefes de cozinha revoltados é simples: eletrocutará lagosta com um dispositivo chamado Crustatun. Para o Dr. Tustly, porém, a solução é outra: congelar os animais para diminuir as funções de seus sistemas nervosos – para, aí sim, colocá-las na panela.