Relâmpago: Revista em casa a partir de 9,90

NASA vai mandar drone para procurar vida em Titã, a maior lua de Saturno

Missão Dragonfly deve sobrevoar a atmosfera de lá em 2034, para tentar entender como a vida surgiu na Terra — e checar se ela também existe em Titã.

Por A. J. Oliveira
Atualizado em 28 jun 2019, 17h08 - Publicado em 28 jun 2019, 16h24

Desde que sondas espaciais fizeram um reconhecimento inicial de Saturno e sua maior lua, Titã, entre 1979 e 1981, ficou claro que aquele era um mundo especial. Primeiro a Pioneer, depois as duas Voyager passaram por lá e revelaram uma atmosfera espessa e alaranjada. Só em 2004, com a Cassini e a sonda Huygens, que pousou em Titã, cientistas puderam espiar o que havia debaixo de toda aquela névoa. E logo devem ganhar outra chance.

Na última quinta (27), a NASA anunciou a mais nova missão de seu audacioso programa New Frontiers — o mesmo por trás da New Horizons, para Plutão e o Cinturão de Kuiper, Juno, para Júpiter, e OSIRIS-REx, para o asteroide Bennu. Próximo destino, Titã.

A missão Dragonfly foi pensada para explorar um mundo único de um jeito único. A ideia é fazer com que um drone sobrevoe as incríveis paisagens titanianas e revele dados científicos valiosos.

Com lançamento previsto para 2026 e chegada na lua estimada para 2034, a sonda terá como objetivo principal investigar a química complexa presente em ambientes bastante promissores de Titã. Inicialmente, o drone deve pousar em uma região equatorial de dunas chamada de “Shangri-La”, parecidas com as formações de areia encontradas na Namíbia. Dali, a Dragonfly levanta voo para a cratera de impacto Selk, não muito distante.

Evidências indicam que, naquele local, água líquida, moléculas orgânicas e energia coexistiram por dezenas de milhares de anos no passado. Quando esses compostos complexos de carbono combinado com hidrogênio, oxigênio e nitrogênio estão em um ambiente com água e energia fartas, cria-se a receita para a vida.

Continua após a publicidade

Ao todo, o drone vai voar 175 quilômetros — o dobro da distância percorrida por todos os rovers marcianos juntos.

Tamanha facilidade de voo só será possível graças à gravidade mais fraca da lua de Saturno e à sua atmosfera rica em hidrocarbonetos como o metano, quatro vezes mais densa que a da Terra. Assim fica muito mais fácil de voar. A exploração deve durar 2,7 anos, ao longo dos quais a sonda transportará toda sua instrumentação científica para lá e para cá. Titã é um mundo rico em matéria orgânica e de composição química complexa.

É também o único corpo celeste conhecido além da Terra a conter rios e lagos de líquidos fluindo na superfície. Só que, em vez de água, esses reservatórios são feitos de metano e etano. Lá, assim como aqui, existe chuva (de metano) e neve (de moléculas orgânicas que se formam na atmosfera e são depositadas na superfície congelante de -170 graus Celsius). Toda essa exuberância lembra muito o contexto em que a vida surgiu no nosso planeta.

Continua após a publicidade

Os instrumentos a bordo do drone vão estudar a evolução da química pré-biótica e buscar evidências de vida passada ou presente, além de investigar as propriedades da atmosfera e da superfície. “Com a missão Dragonfly, a NASA vai, de novo, fazer aquilo que ninguém mais consegue fazer”, disse em comunicado Jim Bridenstine, administrador da agência.

“Visitar esse misterioso mundo oceânico pode revolucionar tudo o que sabemos sobre a vida no Universo, essa missão com tecnologia de ponta teria sido impensável alguns anos atrás, mas agora estamos prontos para o incrível voo da Dragonfly”, afirma o executivo. Então está marcado: daqui a 15 anos, começa uma nova aventura em Titã, a segunda maior lua do Sistema Solar, maior até mesmo que alguns planetas por aí (alô, Mercúrio). Aventura que pode solucionar o grande mistério da vida. Duro vai ser segurar a ansiedade.

Publicidade


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.