Nossos ancestrais faziam sexo com outra espécie: o Homo denisova
Nova pesquisa indica que vivemos uma história de amor pré-histórica e ainda carregamos o DNA deles conosco
Nós sabemos que o mundo de 100 mil anos atrás foi habitado por pelo menos seis espécies de humanos diferentes. E por que não? Hoje temos muitas espécies de gatos, ursos e porcos. Nós batizamos a nossa própria espécie de Homo sapiens (homem sábio), mas também havia o Homo rudolfensi (homem do lago Rudolf), o Homo ergaster (homem trabalhador), entre outros.
Em 2010, uma nova espécie humana foi descoberta através de um fóssil encontrado na caverna de Denisova, na Sibéria. Depois de uma análise genética comprovar que não conhecíamos nada assim antes, o batizamos (sem criatividade alguma) de Homo denisova. Até hoje, sabemos pouquíssimo sobre eles, que permanecem um mistério. Para se ter uma ideia, nem temos um nome científico formal para a espécie ainda (alguns cientistas estão considerando Homo sp. Altai ou Homo sapiens ssp. Denisova).
Bom, de acordo com um estudo publicado nesta quinta-feira (15), nós temos mais uma informação sobre os misteriosos denisovans: nós transávamos com eles.
Para chegar a essa conclusão, a equipe de pesquisa liderada por Sharon Browning, professora na Universidade de Washington, comparou o genoma Denisova com 5.600 sequências de genoma de indivíduos na Europa, Ásia, Américas e Oceania. A análise sugeriu que em dois momentos da história o acasalamento aconteceu, e até hoje algumas populações carregam os traços de DNA. Pessoas dos países do Oceano Pacífico, incluindo Papua Nova Guiné, mostraram possuir cerca de 5% do DNA herdado do Homo denisova. O mesmo aconteceu com chineses e japoneses, embora em menor escala.
Não é a primeira vez que descobrimos algo assim. Em 2016, um estudo mostrou que a nossa espécie transou várias vezes com os neandertais e deixou vários descendentes férteis. Nós somos uma espécie namoradeira e não há problema nenhum nisso.