Depois de horas de galope, o sangue de um cavalo esquenta um bocado. Teoricamente, tanto calor poderia danificar as células do cérebro do bicho. Mas uma nova pesquisa revelou que o eqüino evita o superaquecimento dos neurônios com um curioso sistema de refrigeração, feito de bolsas de ar (veja infográfico). Para chegar a essa conclusão, cientistas dinamarqueses e canadenses implantaram pequenos termômetros nas artérias carótidas dos animais antes e depois da passagem delas pelas bolsas. Perceberam que, ao atravessar os sacos de ar, o sangue esfria até 2 graus Celsius e pode alcançar o cérebro sem causar dano. Esse ar-condicionado não é privilégio dos cavalos. “Outros animais, como pequenos morcegos, usam o mesmo mecanismo para abaixar a temperatura do sangue”, afirmou à SUPER o veterinário Jonathan Naylor, da Universidade de Saskatchewan, no Canadá, um dos autores do estudo.
Cuca fresca
Veja como funciona o sistema de refrigeração dos cavalos.
Depois de mais de 1 hora de exercício, o sangue na cabeça do animal pode atingir até 46 graus Celsius.
Ele é resfriado por bolsas de ar capazes de reter até 0,5 litro de ar fresco.
Depois da passagem, o sangue da artéria segue para o cérebro até 2 graus Celsius mais frio.