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O futuro – como ele será: ambiente

Maurício Horta AMBIENTE – 1988/abril/ed. 7 Até 1987, ambiente era uma questão local. Era a despoluição do rio Tâmisa. Era a atmosfera de Los Angeles e de São Paulo. Até que satélites identificaram que 50% do ozônio sobre a Antártida havia desaparecido. “A alteração era tamanha que pesquisadores acharam que fosse um problema dos satélites”, […]

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Atualizado em 31 out 2016, 18h54 - Publicado em 1 out 2012, 22h00
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    AMBIENTE – 1988/abril/ed. 7

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    Até 1987, ambiente era uma questão local. Era a despoluição do rio Tâmisa. Era a atmosfera de Los Angeles e de São Paulo. Até que satélites identificaram que 50% do ozônio sobre a Antártida havia desaparecido. “A alteração era tamanha que pesquisadores acharam que fosse um problema dos satélites”, diz José Marengo, professor do Inpe e membro do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC). Mas o buraco sobre 15% da superfície terrestre era real, e sua causa tinha um nome: CFC, um gás usado em isopores, refrigeradores e em qualquer tipo de spray. Esse rombo aumentaria a incidência de raios ultravioleta e poderia engatilhar mudanças imprevisíveis no clima.

    O medo foi tamanho que, pela primeira vez, líderes de países do mundo inteiro se reuniram em torno de uma questão ambiental. Em Montreal, Canadá, 24 países industrializados se reuniram para assinar um protocolo que regulou o uso do CFC – depois ratificado por todos os membros da ONU. Ambiente virou questão global. Passados 5 anos, acontecia a Rio 92, então a maior reunião de chefes de Estado. Mais 5 anos, era a vez do Protocolo de Kyoto (e em 2012, o Rio+20).

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    O buraco na camada de ozônio se estabilizou, e a opinião pública se voltou a outro problema já conhecido por cientistas: o aquecimento global. Segundo o último relatório do IPCC, a emissão de gases de efeito estufa deve aumentar entre 25% e 90% de 2000 a 2030. Do fim do século 20 ao fim do 21, a temperatura do planeta deve aumentar entre 1,1 °C e 2,9 °C se forem tomadas políticas pró-ambiente – ou de 2,4 °C a 6,4 °C, se nada for feito. Isso significa aumento do nível do mar entre 18 e 59 centímetros, mais ondas de calor, mais chuvas torrenciais em altitudes grandes, e mais secas em regiões tropicais e subtropicais – o que inclui o Nordeste brasileiro e a savana africana. O oceano ficará mais ácido, o maior aquecimento acontecerá no Ártico, e povoadíssimos deltas de rios como o Ganges sofrerão inundações e aumento de doenças.

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    Se esse cenário é mais desolador, por que o sucesso de Montreal não se repetiu em Kyoto e no Rio? A grande diferença é que o buraco no ozônio foi observado. Já o aquecimento global é calculado por modelos matemáticos (até por isso os aumentos previstos na temperatura vêm com precisão em casas decimais, apesar das enormes margens de erro). “E é mais fácil observar o passado do que projetar o futuro com um modelo”, diz Marengo.

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    Mas o cenário não é tão desolador. Nunca se investiu tanto em energia limpa. Em 4 anos, o custo da energia solar caiu 75%. Segundo o Ministério de Minas e Energia, a produção residencial de energia solar já é economicamente viável para 15% dos lares brasileiros. E na década de 2030, o investimento em projetos de energia renovável deve atingir US$ 7 trilhões no mundo. E é bom mesmo que isso aconteça. Afinal, como nos lembra João Steiner, o passado não nos garante muita coisa. “De sociedades que se autodestruíram a história está rica.”

     

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    Mudanças climáticas
    Como seria – O clima na Terra seria desequilibrado pelo enorme buraco na camada de ozônio causado pelo gás CFC.

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    Como é – A maior ameaça é o aquecimento global. Mas diminuir a emissão de CO2 é mais difícil do que a de CFC.

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    Como será – Mesmo que o mundo adote políticas ambientais, a Terra esquentará entre 1,1ºC e 2,9ºC no fim do século.

     

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