O organismo é feito de células do mesmo modo que um prédio é feito de tijolos. A diferença é que os “tijolos orgânicos” não são inertes como os da construção civil: a todo momento, há células morrendo e outras nascendo. Esse processo é decisivo para a formação dos bebês e continua a controlar o corpo por toda a existência. Daí a importância das pesquisas recentes sobre o mecanismo chamado apoptose, que leva as células ao suicídio. Em novembro, duas equipes médicas internacionais mostraram que a apoptose pode ser acionada por meio de uma reação química envolvendo uma proteína chamada bad, existente dentro das células. Atenção: a apoptose não é maléfica, é mais um sacrifício que a célula tem de fazer. Às vezes porque ela cresceu num local errado, outras vezes porque está com algum defeito. E se ficasse viva, aí sim, poderia prejudicar o organismo. Para Thomas Franke, da Universidade de Colúmbia, em Nova York, um dos que decifraram o gatilho químico da proteína bad, esse estudo vai levar a uma compreensão mais completa do corpo humano.