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Os continentes da Terra estão secando mais rápido do que nunca, revelam dados de satélite

A perda de água doce já contribui mais para o aumento do nível do mar do que o derretimento das geleiras e calotas polares

Por Bela Lobato
2 ago 2025, 14h00

Nas últimas duas décadas, os continentes da Terra perderam água doce mais rapidamente do que nunca. Isso ocorre por causa do consumo de água de reservatórios superficiais e subterrâneos –  a quantidade de água total no mundo continua a mesma, mas a água doce e potável é continuamente contaminada ou despejada no mar.  

O fenômeno é tanto causa quanto consequência das mudanças climáticas: agora, 75% da população mundial vive em áreas que sofrem com a perda de água doce. Surgiram regiões de mega-seca em todo o Hemisfério Norte, especialmente na costa oeste do Hemisfério Norte, na América Central, no Oriente Médio e no Sudeste Asiático. 

A cada ano, o território sofrendo com a perda de água aumenta em uma área equivalente à três vezes o estado do Rio Grande do Sul.

Os impactos são inesgotáveis, principalmente na agricultura, no saneamento e na resiliência às mudanças climáticas. Nas regiões que sempre sofreram com a seca, a tendência é que a desertificação piore. Segundo os pesquisadores, mesmo áreas que anteriormente mostravam tendências de aumento da umidade agora estão ficando mais secas ou, pelo menos, não estão ficando mais úmidas no ritmo detectado anteriormente.

As conclusões foram obtidas a partir da análise dos dados dos satélites GRACE, da Nasa, e foram publicadas na revista Science na última sexta-feira (25). 

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As missões GRACE (Gravity Recovery and Climate Experiment, ou Experimento de Recuperação da Gravidade e Clima, em tradução livre) e sua sucessora, GRACE Follow-on, medem as variações na força da gravidade da Terra, que depende da distribuição de massa dentro do planeta. Ambas as missões usam satélites capazes de monitorar a  gravidade das massas de água – e detectar eventuais mudanças na distribuição.

Os dados mostraram que a seca se acelerou em 2014, quando o El Niño mais forte do que a média desequilibrou o clima global. Entre 2014 e 2016, este El Niño provocou uma forte temporada de furacões na região do Pacífico e contribuiu para secas devastadoras na África e, na época, temperaturas superficiais recordes em todo o mundo. 

O fenômeno inverso subsequente, La Niña, que geralmente facilita um resfriamento temporário, não reverteu a perda progressiva de água. E o problema não é fácil de ser solucionado: segundo os autores, estas águas subterrâneas “não serão repostas numa escala temporal humana”. 

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“O desaparecimento das águas subterrâneas dos aquíferos mundiais constitui uma ameaça crítica e emergente para a humanidade e apresenta riscos em cascata que raramente são incorporados nas políticas, gestão e governança ambientais”, os autores escreveram no artigo. 

“Trata-se de um recurso intergeracional que está sendo mal gerenciado pelas gerações recentes, se é que está sendo gerenciado, com um custo tremendo e excepcionalmente subestimado para as gerações futuras.”

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