O ar de São Paulo faz mais mal à saúde do que o ar de Cubatão, conhecida até há poucos anos pelos seus índices terríveis de envenenamento da atmosfera. Essa é a inquietante conclusão de um recente estudo inédito realizado pelo Laboratório de Poluição Atmosférica da Universidade de São Paulo. Os pesquisadores estudaram o organismo de oitenta ratos, metade mantidos durante seis meses no centro de São Paulo e metade por igual período em Cubatão. Os ratos paulistanos, além de produzir maior quantidade de secreção nasal do que seus semelhantes da Baixada Santista apresentavam também o sistema de defesa pulmonar enfraquecido. Para o patologista Paulo Saldiva, um dos autores do estudo, o resultado faz sentido: “Não é por acaso que na cidade de São Paulo a incidência de mortes por moléstias respiratórias em crianças de até 4 anos e em idosos com mais de 70 é superior a média nacional”.