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Sépias se comunicam com “linguagem de sinais”, sugere novo estudo

Pesquisadores identificaram quatro gestos distintos usados por esses moluscos, parentes dos polvos.

Por Bruno Carbinatto
2 ago 2025, 10h00

Sépias, também conhecidas como chocos, são moluscos do mesmo grupo dos polvos e das lulas. Assim como seus primos, estes invertebrados marinhos são reconhecidos pela inteligência. Agora, um novo estudo descobriu que as sépias se comunicam com seus tentáculos, com gestos diferentes para mensagens distintas.

Cientistas da École Normale Supérieure, na França, estavam estudando duas espécies de sépias – o choco comum (Sepia officinalis) e o choco-anão (Sepia bandensis) – quando notaram que os moluscos repetiam gestos específicos em seus tanques. Mais: quando uma sepia praticava um gesto, outra costumava responder – e nem sempre com o mesmo movimento, o que sugere que não era uma mera imitação.

Os pesquisadores então filmaram horas destas interações e analisaram-nas em detalhes. No novo estudo, eles descobriram pelo menos quatro gestos distintos feitos pelos chocos. Em um deles, apelidado de “Cima” pelos pesquisadores, as sépias levantam e balançam dois de seus tentáculos, quase como num aceno de “Oi!”. Em outro, chamado de “Lado”, os bichos colocam todos seus tentáculos para um mesmo lado do corpo. O gesto “Enrolar” consiste em colocar todos os tentáculos para trás, e o “Coroa”, em tocar apenas as pontas deles à frente do corpo.

O que significa cada um dos gestos? Os pesquisadores ainda não sabem, mas, analisando as interações, a equipe acredita que eles são sinais específicos para a comunicação. O mais interessante é que eles foram identificados em duas espécies distintas que, na natureza, não vivem nas mesmas regiões.

Uma hipótese é que a comunicação não seja exatamente visual: os gestos geram vibrações distintas na água que talvez possam ser sentidas pelos chocos. Quando os cientistas reproduziram as mesmas vibrações nos tanques, as sépias respondiam com seus gestos, mesmo que não tivessem visto nenhum colega se mexendo.

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O estudo, no entanto, ainda não foi revisado por outros cientistas e publicado numa revista científica – está disponível no formato “pré-print”

Este não seria o primeiro superpoder das sépias: elas conseguem usar camuflagem potente para despistar predadores e também para enganar presas, usam seus tentáculos de maneiras criativas para caçar e para se proteger e, assim como polvos e lulas, podem liberar tinta.

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Em 2021, um estudo descobriu que chocos treinados conseguiram passar num teste de autocontrole desenvolvido para humanos, chamado “experimento do marshmallow”. No teste, os moluscos conseguiam resistir a uma recompensa imediata e esperavam um pouco a mais para ganhar petisco em dobro – mostrando que eles possuem autocontrole e uma espécie de planejamento de longo prazo.

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