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Som do choro de bebês faz o rosto humano esquentar, aponta estudo

O corpo reage automaticamente com maior fluxo sanguíneo; efeito é mais forte quando os sons indicam sofrimento genuíno.

Por Luiza Lopes
15 set 2025, 18h00

Um bebê começa a chorar. Quem está por perto pode sentir imediatamente a ansiedade subir, a vontade de agir ou o desconforto de não saber como ajudar. Agora, um estudo mostra que essa reação vai além das emoções: ouvir o choro de um bebê pode literalmente aumentar a temperatura facial dos adultos.

A pesquisa, conduzida por cientistas da Universidade Jean Monnet e da Universidade de Saint-Étienne, na França, foi publicada no Journal of the Royal Society Interface

Usando câmeras térmicas, a equipe registrou que homens e mulheres apresentaram aumento de temperatura facial quando ouviam gravações de bebês chorando. O efeito foi mais forte quando os choros vinham de situações de dor real, como uma picada de vacina.

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Nem todo choro de bebê é igual. Quando estão apenas desconfortáveis – por exemplo, durante um banho – os sons são mais regulares. Já nos momentos de dor, os bebês contraem a caixa torácica com força, empurrando ar em alta pressão pelas cordas vocais. Isso gera vibrações caóticas e sons desarmônicos, que os cientistas chamam de fenômenos não lineares (PNL).

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Segundo os pesquisadores, esses PNL funcionam como um alarme natural: são difíceis de ignorar e aumentam a chance de o bebê receber cuidados imediatos. 

“A resposta emocional ao choro depende de sua ‘rugosidade acústica’”, explicou o professor Nicolas Mathevon, especialista em bioacústica da Universidade de Saint-Étienne, ao The Guardian.

O sistema nervoso autônomo – rede de nervos que regula funções involuntárias, como respiração, digestão e batimentos cardíacos – é o responsável pela reação fisiológica. Ao detectar os sons caóticos, ele provoca uma mudança na circulação sanguínea, aquecendo a pele do rosto.

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“Quanto mais dor os gritos expressam, mais forte é a resposta do nosso sistema nervoso autônomo, indicando que sentimos emocionalmente a informação de dor codificada nos gritos”, acrescentou Mathevon.

No estudo, 41 adultos (21 homens e 20 mulheres, em média com 35 anos de idade) ouviram 23 gravações de choros de 16 bebês. As situações iam de incômodos cotidianos a episódios de dor. Enquanto isso, uma câmera infravermelha monitorava mudanças sutis de calor no rosto dos participantes.

Após cada áudio, os voluntários também indicaram se acreditavam que o choro vinha de desconforto ou de dor. A análise mostrou um padrão claro: quanto mais intensos os PNL no choro, mais forte e sincronizada era a resposta fisiológica – independentemente do sexo dos ouvintes.

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“Variações na temperatura facial de um ouvinte, um marcador da resposta emocional autônoma, refletem a dor expressa pelo choro de um bebê”, escreveram os autores no artigo.

Apesar dos resultados chamarem atenção, os próprios pesquisadores destacam que o estudo é preliminar. Um dos pontos é que todos os voluntários tinham pouca ou nenhuma experiência com bebês, o que pode não refletir a reação de pais e cuidadores experientes.

Outra limitação está nos próprios sons analisados: os choros eram naturais, registrados em situações reais, e portanto traziam uma mistura de fenômenos acústicos. Ainda não é possível dizer quais aspectos específicos do PNL são responsáveis pelo aumento de temperatura ou se é a combinação deles que gera o efeito.

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