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Telepatia – Fala com a minha mente

Muita gente jura ter poderes telepáticos. Mas como tirar a prova? Conheça algumas pesquisas que já testaram esse "dom" em laboratório

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h52 - Publicado em 29 Maio 2012, 22h00

À PROVA DE BLINDAGEM

O instrumento – O teste de Ganzfeld (“campo total”, em alemão), foi criado pelo psicólogo Wolfgang Metzger e é usado desde os anos 70.

O receptor – Dois voluntários vão para salas diferentes. O “receptor” fica num ambiente blindado contra som e ondas eletromagnéticas, com meia bolinha de pingue-pongue sobre cada olho e fones de ouvido tocando um zumbido neutro. A ideia é isolá-lo dos estímulos do mundo, para que uma suposta percepção extrassensorial aflore.

O mensageiro – Fica numa sala comum com um computador, que seleciona aleatoriamente um kit de 4 videoclipes. Um deles é escolhido pela máquina para que o mensageiro tente transmitir mentalmente. Ele vai tentando, enquanto ouve a voz do receptor lá na outra sala descrevendo o que lhe vem à mente: uma balada, luzes, Lady Gaga. Supondo que o mensageiro tenha de comunicar uma paisagem campestre, ele saberá que está “frio” e poderá armar suas estratégias mentais para tentar mudar aquele pensamento.

A hora da verdade – Após 30 minutos, o mesmo jogo de quatro clipes é mostrado ao receptor, que deve dizer qual se aproxima mais daquele que o mensageiro estava pensando. Estatisticamente, ele tem 25% de chance de acertar. No Laboratório de Estudos Parapsicológicos da Universidade de Edimburgo, já foi alcançado índice de 33% de acerto.

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A réplica dos céticos – A diferença de 8% poderia estar na margem de erro. Tudo depende de quantas vezes o estudo é repetido. Se fosse feito uma só vez e o receptor acertasse, diriam que, uau!, o índice de acerto é de 100% e a telepatia foi provada. Mas estatísticos argumentam que quanto mais se realizar o experimento, mais a porcentagem vai se aproximar dos 25%. A revisão de todos os testes Ganzfeld feitos até hoje não apresentou evidências de que a telepatia existe.

BONUS TRACK – Wellington Zangari, estudioso de fenômenos paranormais da USP, conta que os testes Ganzfeld mostram maiores chances de acerto quando: 1) emissor e receptor têm algum vínculo afetivo; 2) o receptor é uma pessoa extrovertida; 3) o receptor já relatou outros fenômenos paranormais antes; 4) o receptor exercita a mente com atividades tipo meditação; 5) o receptor acredita em fenômenos psi.

JOGO DE CARTAS MARCADAS

O instrumento – Um baralho, criado por Joseph Rhine, da Universidade de Duke, de 25 cartas com 5 símbolos diferentes: círculos, cruzes, ondas, quadrados e estrelas.

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O receptor – Em um prédio, devia tirar cartas do maço.

O mensageiro – Em outro prédio, anotava o símbolo que imaginava que o outro havia tirado.

A hora da verdade – Como o baralho tinha 5 naipes, a chance de acerto era de 20%. De 800 tentativas feitas, cada voluntário acertou em média 207 cartas, ou 26%. Os resultados animaram os cientistas psi.

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A réplica dos céticos – A diferença de 6% pode significar apenas que o teste não foi repetido vezes suficientes para se atingir a marca dos 20% de acerto, que é a chance de qualquer um adivinhar no chute.

BONUS TRACK – Antes desse estudo, o mesmo baralho foi usado para testar a clarividência. Um voluntário tinha de anotar seu palpite sobre o símbolo que apareceria antes de virar as cartas. Descobriu-se depois que as cartas eram de um papel muito fino, que permitia a alguns deles enxergar o símbolo. E elas eram embaralhadas na mão, o que, para os céticos, depõe contra a precisão e a neutralidade do método.

SECARAM O JOGADOR

Na final do Campeonato Mundial de Xadrez de 1978, o enxadrista russo Viktor Korchnoi perdeu para seu conterrâneo Anatoly Karpov. Culpa de sabotagem telepática, ele garante. Durante o jogo, Viktor insistiu para que um membro da comissão técnica adversária, o doutor Vladimir Zukhar, parapsicólogo da KGB, fosse retirado da sala. A justificativa era a de que ele estaria usando hipnose para desconcentrá-lo. Tanta maldade viria do fato de ele ser um desertor da pátria – havia migrado da URSS para o Ocidente dois anos antes. Hoje, aos 80 anos, o russo ainda está na ativa. E continua reagindo tão mal às derrotas que ganhou o apelido de Viktor, o Terrível.

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