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Tigres dentes-de-sabre podem ter mantido os caninos escondidos dentro da boca

Aquela imagem clássica, de um tigre pré-histórico com dentões que se projetam para fora da boca, talvez não seja realista. É o que afirma um novo estudo, que analisou a anatomia de várias espécies de felino.

Por Luisa Costa
16 Maio 2022, 17h08

Quando você pensa em um tigre dentes-de-sabre, a imagem que vem à sua cabeça é a de um felino com dentes assustadores que, de tão compridos, não cabem na boca. Geralmente, as representações artísticas do animal pré-histórico são assim – mas talvez estejam erradas.

Essa foi a conclusão de um estudo publicado na revista Quaternary Science Reviews. Seus autores defendem que ao menos uma espécie de tigre dentes-de-sabre (a Homotherium latidens, extinta há 10 mil anos) mantinha seus caninos escondidos quando estava de boca fechada.

A investigação partiu de um insight do paleoartista Mauricio Antón, um dos autores do estudo. Em 2016, ele estava assistindo a um vídeo que havia feito no delta do rio Okavango (Botsuana), em que um leão bocejava. Então, ele percebeu: “O lábio inferior estava se contraindo enquanto a boca se fechava. E, antes que ela se fechasse por completo, o lábio envolvia a ponta dos caninos.”

Muito do que se sabe sobre a dentição do tigre dentes-de-sabre vem de fósseis e dissecações de grandes felinos modernos. E, segundo os autores do novo estudo, as dissecações têm um problema: como os músculos que controlam os lábios dos animais estão relaxados, a boca fica em uma posição especial.

Então, Antón começou a se perguntar se as representações do felino não estavam erradas. Ele e uma equipe de cientistas tentaram a coletar o máximo de informações possível: fizeram uma tomografia computadorizada em 3D de um fóssil de Homotherium latidens, revisaram dissecações e observaram grandes felinos modernos (como leões, leopardos e tigres).

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Montagem de fotos: espécies de felinos selvagens mostrando expressões faciais diversas.
Os cientistas analisaram diferentes espécies de felinos modernos para entender suas dentições. (Quaternary Science Reviews/Reprodução)

Os resultados dessas análises indicaram que não havia espaço para o lábio inferior desse felino pré-histórico se encaixar entre a gengiva e os caninos superiores, fora da boca. Mas havia espaço para que esses dentes ficassem escondidos na boca, contra a parte fechada da mandíbula.

Esquema ilustrativo da reconstrução do crânio da espécie Homotherium latidens em diferentes perspectivas.
Reconstrução artística do crânio “Homotherium latidens”. (Mauricio Antón/Reprodução)
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Acredita-se que os caninos desse tigre tinham cerca de 7 centímetros de comprimento – enquanto os do maior tigre dentes-de-sabre, Smilodon fatalis, poderiam ter até 15. Diferente espécies teriam apresentado tamanhos variados de dentes, que podem ou não ter se encaixado dentro de suas mandíbulas.

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