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Vida extraterrestre pode existir nas luas de planetas de outros sistemas solares

Pesquisadores encaram a árdua tarefa de buscar por pequenos satélites naturais a anos-luz de distância da Terra — eles são bons candidatos para abrigar organismos alienígenas

Por A. J. Oliveira
Atualizado em 25 ago 2022, 14h37 - Publicado em 6 jun 2019, 19h08

Para tudo se dá um jeito. Principalmente se você é um astrônomo. Quando seu laboratório é o universo e o seu objeto de estudo são coisas distantes e inalcançáveis como estrelas ou planetas, não há outra saída a não ser usar a cabeça — e um bom telescópio – para investigá-los. Isso fica claro em uma pesquisa recente que procurou por luas ao redor de um planeta distante, a 420 anos-luz da Terra.

Procurar um planeta na órbita de outra estrela é, por si só, uma tarefa difícil. Eles não emitem luz própria, então é preciso usar soluções engenhosas. Da sombra que o planeta faz quando passa na frente de sua estrela, é possível deduzir seu tamanho. Da maneira como a estrela oscila, sai a massa – pois estrelas “rebolam” um pouquinho em resposta à gravidade dos seus planetas.

Mais difícil ainda é encontrar uma lua na órbita de um planeta que fica em outra estrela. Não dá para medir a sombra da lua quando ela passa na frente dele, por exemplo – pois ele não emite luz própria. É aqui que entra a criatividade. Um astrofísico da Universidade de Lincoln, na Inglaterra, investigou um planeta chamado J1407b, que é dono de um colossal sistema de anéis, 200 vezes maior que o de Saturno. Ele buscava luas em seu entorno.

Como descobrir se um mundão desses tem seu próprio satélite natural? Simples: olhando para seus anéis. Ou melhor, para os buracos entre os aneis. Phil Sutton investigou essas estruturas prestando atenção especial nas lacunas. Muitas dos satélites naturais de Saturno orbitam o gigante gasoso nesses espaços, que são como pistas de autorama “limpas” justamente porque o gás e a poeira que costumavam estar ali foi incorporado às luas. Sutton deduziu que as lacunas de J1407b talvez fossem resultado do mesmo processo.

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O pesquisador então realizou simulações de computador para obter um modelo preciso da estrutura e da dinâmica dos anéis, levando em conta as interações gravitacionais entre todas as partículas ali presentes.

Assim conseguiu dados bem detalhados sobre as posições, velocidades e acelerações daquele sistema. Então simulou a adição de uma lua orbitando o planeta em diferentes pontos, para testar se ela formaria as lacunas observadas depois de completar 100 órbitas.

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Ele não fez isso pelo desafio. Há uma segunda intenção um tanto cativante por trás das pesquisas que tentam detectar exoluas: elas são boas candidatas para abrigar formas de vida extraterrestre.

Sutton explica o porquê. “Essas luas podem ser internamente aquecidas pelo puxão gravitacional do planeta que orbitam, que pode levá-las a ter água líquida mesmo bem fora da normalmente estreita zona habitável na qual tentamos encontrar planetas parecidos com a Terra”, observa o astrofísico. Nem precisamos ir tão longe para constatar exemplos disso: as luas Europa, de Júpiter, e Encélado, de Saturno, jogam nesse time. “Acredito que se pudermos encontrá-las, elas oferecem uma via promissora para achar vida extraterrestre.”

Na verdade, pelo pouco que sabemos até agora, casos como o da Terra, com suas águas fluindo livremente pela superfície, parecem ser menos comuns pela galáxia. Oceanos subterrâneos ocorrem com maior frequência, ao que tudo indica. E a vida pode muito bem prosperar nesses ambientes. Infelizmente, nenhum dos satélites naturais virtuais simulados por Sutton produziram as lacunas esperadas. Não foi dessa vez que a ciência detectou a primeira exolua. Só nos resta aguardar — e continuar procurando com muita criatividade.

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