A eleição mais importante não é a presidencial. É a dos deputados federais
Se você acha mesmo que um paizão ou uma mãezona na Presidência vá resolver tudo, temos um problema.
Bolsonaro, Marina, Ciro, Alckmin, Haddad, Boulos, Amoêdo, Winston Churchill. Vença quem vencer as eleições no dia 7 de outubro, todos serão reféns do Congresso.
Até por essas há quem vote no primeiro da lista acima na esperança de que surja uma autocracia – um governo sem Congresso, totalmente nas mãos do autocrata.
Compreensível: na cabeça do eleitor comum, a taxa de banditismo no Congresso não é menor que a de um presídio. E o tal eleitor comum está certo em grande parte. A culpa por formar um Congresso sem credibilidade, porém, é nossa – e a ideia de fechar o Congresso, não custa lembrar, é tão insana que não merece tempo de discussão.
O irônico é que nós mesmos fugimos orgulhosos da responsabilidade de formar um Congresso decente. A noção de que cada eleitor tem “o seu deputado” nem existe por aqui. É sempre um grande eles (os políticos) contra nós. Nós somos os bons. Eles, os maus. Que confortável.
Bom, a chance de mudar isso não é na hora de escolher presidente. É na de escolher deputado.
Se você está de boa com a ideia de que um paizão ou uma mãezona na Presidência vá resolver tudo, então, temos um problema. E o centro desse problema não está na política. Está em você.