Apple mostra novos iMac Pro e iOS 11 -que libera espaço no iPhone
Máquina ultrapotente vai custar US$ 5 mil; saiba qual deverá ser o preço no Brasil - e veja como o novo iOS vai ajudar quem tem iPhone com memória lotada
A Apple começou sua apresentação, que foi realizada hoje à tarde em San Jose, na California, mostrando a nova versão do watchOS, o sistema operacional do Apple Watch. A principal novidade do watchOS 4 é o mostrador Siri, que poderá ser selecionado pelo usuário – e vai tentar, usando inteligência artificial, mostrar as informações mais relevantes para ele em cada situação do dia. Mais ou menos como o Google Now faz nos celulares Android.
Em seguida, a Apple mostrou a nova versão do macOS, apelidada de High Sierra. Sua novidade mais interessante está no navegador Safari, que virá com o recurso Intelligent Tracking Prevention. Você não percebe, mas é monitorado enquanto navega na internet – porque os sites que você acessa estão conectados aos mesmos servidores de anúncios (ad networks), que identificam o seu computador e acompanham a movimentação dele na rede. Segundo a Apple, a próxima versão do Safari vai bloquear isso – o que, vale dizer, já pode ser feito hoje (em Mac ou PC) instalando a extensão Disconnect, que é gratuita e compatível com Chrome e Firefox. O macOS High Sierra será lançado, como upgrade grautito, nos próximos meses.
A empresa também anunciou a próxima geração de iMacs. Eles têm o mesmo design dos atuais, mas são diferentes por dentro. Vêm com processadores mais rápidos (Core i5 e i7 baseados na nova arquitetura Kaby Lake, da Intel), chips de vídeos melhores e telas 43% mais brilhantes, segundo a Apple. Algumas versões têm placas de vídeo Radeon com até 8 GB de memória de vídeo, e conseguem executar 5,5 trilhões de operações por segundo (teraflops). O MacBook e o MacBook Pro também ganharam um ‘spec-bump’, incluindo os novos processadores da Intel, chips de vídeo e SSDs mais rápidos.
Todos estão disponíveis a partir de hoje nos EUA. Mas logo depois de apresentá-los, a Apple mostrou um iMac que só chega no fim do ano: o iMac Pro. Ele tem tela de 27″ e resolução 5K, processador Intel Xeon de 8, 10 ou 18 núcleos e placa de vídeo Radeon Vega, capaz de alcançar 22 teraflops. O armazenamento fica a cargo de um SSD de até 4 terabytes, e a memória RAM chega a 128 GB. Em suma: é uma workstation e tanto, com preço idem. Segundo a Apple, um PC de configuração equivalente custaria pelo menos US$ 7.000 nos EUA – e o iMac Pro custará menos, US$ 5 mil. O preço da máquina no Brasil ainda não foi divulgado. Mas, a julgar pelos valores locais cobrados pelos demais produtos Apple (e o valor atual do desktop Mac Pro), ela poderá chegar a R$ 40 mil.
No iOS 11, o aplicativo Apple Pay agora permite mandar dinheiro diretamente para outra pessoa (não só pagar por compras), a assistente Siri agora faz traduções em seis idiomas (vale lembrar que o Google Translate também, e em mais línguas) e promete aprender com o usuário, mostrando sugestões de apps e informações relevantes em cada momento do dia – destacando informações de trânsito quando você estiver saindo de casa, por exemplo.
Uma mudança importante é que as fotos tiradas no iOS não serão mais gravadas no tradicional formato JPEG – e sim no formato HEIF, que segundo a Apple ocupa metade do espaço. Isso tende a liberar vários gigabytes de memória, e é uma boa notícia para quem está com o iPhone lotado (as fotos serão automaticamente transformadas em JPEG se/quando forem compartilhadas, evitando problemas de compatibilidade). Por fim, o menu de Configurações -que nos últimos anos foi se tornando meio confuso- passou por uma bela limpeza. O iOS 11 será liberado para download nos próximos meses. Uma versão beta, para desenvolvedores de software, estará disponível hoje.
Houve uma demonstração de realidade aumentada, tecnologia em que a Apple supostamente tem investido pesado (segundo relatos não-confirmados, a empresa teria centenas de engenheiros trabalhando nela). Um executivo da empresa apontou um iPhone para uma mesa, e nela apareceu uma xícara de café virtual – mais bem renderizada do que nos outros apps de realidade aumentada, mas nada revolucionário. A demonstração Wingnut AR, que mostra um jogo de guerra projetado sobre uma mesa, foi mais impressionante – porque tinha gráficos bem detalhados, um patamar acima do Microsoft Hololens. E estava rodando num iPad (presumivelmente o Pro).
Falando em iPad Pro, o tablet ganhou novas versões, agora com processador A10X de seis núcleos, chip de vídeo de 12 núcleos, telas de 10,5 e 12,9 polegadas (até ontem, a maior tinha 9,7″) e 120 Hz de taxa de atualização, o dobro da anterior. Essa característica, que a Apple batizou de ProMotion, supostamente melhora a precisão da caneta do iPad Pro, que passa a ter delay de apenas 20 milissegundos. O preço começa em US$ 649 nos EUA.
Fechando o evento, a Apple mostrou a caixa de som HomePod. É uma caixa de som Bluetooth que, além de tocar música, também entende comandos de voz – como a Google Home e a Amazon Echo. Segundo a Apple, ela tem mais qualidade de som, com um woofer (alto-falante de graves) maior que o dos concorrentes e 7 tweeters (falantes de agudos), capazes de espalhar melhor o som. Vai custar US$ 349.