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Bruno Garattoni

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Vencedor de 15 prêmios de Jornalismo. Editor da Super.

OTAN adquire sistema de assistência à guerra por IA

Plataforma criada pela empresa americana Palantir inclui a capacidade de identificar alvos para ataque; software estará operacional nos próximos 30 dias, diz aliança

Por Bruno Garattoni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
15 abr 2025, 18h00

A OTAN anunciou a aquisição, por um valor não divulgado, do Maven Smart System (MSS), um sistema de inteligência artificial que foi desenvolvido pela empresa americana Palantir e oferece várias funções de assistência à guerra. O MSS é um dos braços do Projeto Maven, iniciado pelo Pentágono em 2017 para desenvolver IAs para uso militar. 

Assim como tudo o que envolve a Palantir (que foi fundada pelo bilionário Peter Thiel em 2003, e é uma das maiores fornecedoras de tecnologia para o Pentágono), o MSS é envolto em sigilo: suas habilidades exatas não são reveladas. A OTAN diz que o sistema proverá “capacidade de combate apoiada em dados, através de uma ampla gama de aplicações de IA – de grandes modelos de linguagem (LLMs) a aprendizado de máquina e generativo”. 

Até aí, não parece muito mais do que um bot de conversação, como o ChatGPT, só que dedicado a informações militares. Mas, logo em seguida, o comunicado da OTAN toca num ponto nevrálgico: “O MSS sofistica a fusão de inteligência e targeting, planejamento e consciência do campo de batalha, e tomada de decisões acelerada”. 

A informação mais importante está no uso da palavra targeting (“mira”, em inglês). Ela indica que o sistema da Palantir é capaz de identificar e selecionar sozinho alvos para ataque. Não se sabe se o MSS teria permissão para disparar, ou se isso exigiria autorização humana. 

A implantação do sistema é um marco na adoção da IA militar, uma tendência que se intensificou nos últimos dois anos – e envolve várias das big techs. Em fevereiro, o Google anunciou que estava abandonando sua política de não vender IAs para uso bélico. 

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A comemoração de 50 anos da Microsoft, na semana passada, foi interrompida por dois funcionários da empresa, que protestaram contra o fornecimento de sistemas de IA para o exército israelense. Ambos foram demitidos 

O uso militar de IA é considerado preocupante, por duas razões: pode intensificar a letalidade das guerras, pois permite a “aquisição de alvos” em grande escala, ao mesmo tempo em que pode reduzir a culpabilidade por ataques desproporcionais ou contra civis, por exemplo (os exércitos poderiam atribuir à IA a responsabilidade por essas ações). 

A implantação da IA pela OTAN acontece num momento de tensão geopolítica entre a aliança (que reúne os EUA e a maioria dos países da Europa Ocidental) e a Rússia. 

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Após o anúncio da OTAN, as ações da Palantir tiveram forte alta, de 8%. O uso do sistema deverá começar nos próximos 30 dias.

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