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Por Combo
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Uma das coisas que deixa o esporte emocionante é a rivalidade. Dos Yankees e Red Sox, no baseball, passando por Ali e Frazier, no boxe, Nadal e Federer, no tênis e Messi e Cristiano Ronaldo, no futebol, é a competição entre duas forças titânicas que consegue tirar o fôlego de quem acompanha o mundo esportivo.
Nos campos virtuais, PES e Fifa sempre brigaram cabeça a cabeça pela superioridade. Como toda rivalidade, há momentos em que um esteve melhor que o outro. Neste ano, a disputa se repete e posso dizer, com a frieza de um pênalti em final de campeonato, que o PES 2017 não perde, em nada, do Fifa.
O que chama a atenção, a primeira vista, são os menus, mais limpos e com o visual minimalista que virou figura carimbada entre os designers no mundo inteiro. Apesar disso, as cores continuam fortes, com o preto e o azul predominando. É moderno e, ao mesmo tempo, remete aos antigos menus da franquia.
Dentro das quatro linhas, PES realmente leva a sério o “The Beautiful Game”, mote da edição desse ano que esteve presente no trailer narrado por ninguém menos do que o Rei Pelé. A sensação é de que você possui o total controle da sua performance. O passe, remodelado e repensado, tem fluidez e obedece a direção indicada. A qualidade da recepção do mesmo, porém, depende da capacidade do jogador e da força. Foram comuns situações em que uma força desnecessária fez com que o jogador esticasse a perna e, sem querer, devolvesse a posse ao time adversário.
A inteligência artificial, alvo constante de críticas em edições passadas, se adapta ao seu estilo de jogo e tenta anular as investidas com maior eficiência. Isso se mostrou evidente, por exemplo, quando dois jogadores da equipe rival passaram a fazer marcação apertada no Juan Mata, meio campista do Manchester United, e criador de dois lançamentos que resultaram em gols.
Os jogadores, aliás, são facilmente reconhecidos por suas características no mundo real. Fazer uma jogada em espaços curtos com o Messi, ou abusar do porte físico e da altura do Ibrahimovic, por exemplo, passam uma sensação de realismo excelente. O que mais chama atenção, contudo, são as pequenas interações como uma disputa de bola um chute para afastar um rebote, uma saída de gol ou um golpe de vista do goleiro. Elas possuem uma naturalidade incrível e fecham com chave de ouro o que acontece dentro das quatro linhas.
Tropeços
Apesar de todas as competências na simulação de um jogo de futebol, PES 2017 tem como principal pecado a apatia proporcionada pela falta de licenças. Por mais que isso pareça algo fútil, não é legal disputar um clássico inglês entre Man Red (Manchester United) e London FC (Chelsea). Como os fãs da franquia já conhecem, existe a possibilidade de uma edição manual dos kits e escudos, mas você precisará de algumas horas para que tudo esteja igual ao Fifa.
A mesma quebra de realismo que a falta de licenças provoca também pode ser sentida nos estádios e, consequentemente, na torcida. A não ser que você esteja jogando no Camp Nou, cujo visual e atmosfera foram recriados maravilhosamente, a sensação é de que as arenas não possuem identidade própria. Os ausentes gritos de torcida casam com a narração apática e protocolar de Milton Leite e Mauro Beting e distanciam do espírito de imersão tão prezado.
O meu veredito final revela que, após seguidas do Fifa, não há um vencedor unânime no confronto entre Fifa 2017 e PES 2017. A decisão, como sempre, cabe a cada jogador e ao estilo de sua preferência. Mas, este ano, tenha certeza de que, não importa o título escolhido, você terá um baita jogo de futebol em mãos (diga-se de passagem).
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