A Associação Britânica de Veterinária (BVA, em inglês) afirmou nesta semana que cachorros não podem ter autismo. O órgão decidiu se posicionar contra os movimentos antivacina, que vêm divulgando mensagens nas redes sociais na tentativa de expandir sua influência para o mundo animal.
Mas o que o autismo tem a ver? É que um dos argumentos principais dos antivacina diz que a imunização pode ser a causa de autismo em crianças. Logo, a BVA passou para lembrar que cães não podem ter autismo, então, por favor, continuem vacinando seus bichinhos.
A teoria, que é forte nos Estados Unidos, pode fazer com que a taxa de vacinação de animais no Reino Unido seja ainda menor do que é hoje. “Nós estamos cientes de um aumento de antivacinação nos donos de bichos de estimação nos EUA. Eles demonstraram preocupação com a possibilidade de que vacinas podem levar seus cachorros a desenvolver comportamentos semelhantes ao autismo”, disse a BVA.
O órgão desmentiu o boato e disse categoricamente que “não há nenhuma evidência científica atualmente que sugere autismo em cachorros ou uma conexão entre vacinação e autismo”. “Todos os remédios possuem efeito colateral, mas, no caso das vacinas, esses efeitos são raros e os benefícios da vacinação em proteger contra doenças sobrepõem o potencial de uma reação adversa”, completou a BVA.
A polêmica no Reino Unido surgiu após o programa Good Morning Britain, da rede ITV, ter publicado uma mensagem no Twitter pedindo para falar com donos de animais que não os vacinaram porque estão preocupados com os efeitos colaterais e com pessoas que acham que os bichos estão com comportamento semelhante ao autismo após tomarem as imunizações. Alguns usuários criticaram o programa e pediram que esse pensamento não tenha espaço ou atenção na mídia.
A BVA alertou que donos que não vacinam seus animais podem estar quebrando a lei. “É importante lembrar que estamos sob uma legislação em que os donos têm a obrigação de proteger seus animais de dor, machucados, sofrimento e doenças”.
Com The Telegraph