Em dezembro de 2015, o britânico Simon Darby faleceu após batalhar contra o câncer. Em seu testamento, ele pedia que Russell Laight, um de seus melhores amigos, jogasse suas cinzas no Oceano Atlântico.
Para realizar o desejo de seu amigo, Russell pegou um avião em Londres com destino a Halifax, capital da província canadense da Nova Escócia. Lá, ele encontraria um amigo e cumpriria a sua promessa com Darby. Contudo, no meio do caminho, o voo sofreu um desvio e teve de pousar no aeroporto internacional St. Johns, na ilha de Terra Nova.
Ao passar pela alfândega, os restos mortais de Darby foram testados positivos para quetamina, uma droga derivada de anestésicos usados pela indústria veterinária. Laight, então, passou cinco dias preso em um tribunal local. “Foi um choque, para ser honesto. Eu fui tratado como se fosse um cachorro. As pessoas me julgavam e todos os meus direitos foram roubados de mim”.
O britânico só saiu de seu cárcere após os resultados de uma análise feita em Ottawa terem comprovado que as cinzas não continham nenhuma substância ilegal. No entanto, elas não foram entregues de volta a Laight, que finalmente conseguiu prosseguir para a Nova Escócia. “Eu realmente quero saber onde elas estão e como elas podem chegar aqui o mais rápido possível. Assim, poderemos fazer o que Simon sempre quis que nós fizéssemos: joga-lo no Atlântico”, declarou.
Apesar do abuso das autoridades canadenses, o jovem admite não ter preenchido corretamente a papelada necessária para viajar com restos mortais. Agora, ele aconselha que as pessoas chequem requisitos para o transporte desse tipo de material.
Contudo, Russell acredita que Simon estaria dando risadas da sua aventura. “Eu consigo vê-lo apontando o dedo para mim, rindo incontrolavelmente e dizendo que eu preciso ‘aprender da maneira difícil’”.
A polícia real da Terra Nova publicou uma nota dizendo que as cinzas de Simon voltarão para a alfândega na próxima segunda-feira (14) e serão encaminhadas ao seu devido dono.
Com CBC