Como os astrônomos sabem onde está cada estrela sem perdê-las?
Achou que só existia cartografia da Terra? Dá para fazer o mesmo com o céu.
Do mesmo jeito que dá para projetar a superfície redonda da Terra em um mapa plano, é possível fazer cartografia com a abóbada celeste – e aí usar um sistema de coordenadas similar ao de longitude e latitude para marcar a posição de cada pontinho luminoso.
É claro que a localização é só o começo: os astrônomos sabem a temperatura, o tamanho, a composição química e a distância de cada estrela. Existem dezenas de catálogos com as localizações e fichas técnicas desses astros, o que significa que uma mesma estrela tem várias nomenclaturas.
Antares, o coração de Escorpião, atende por HR 6134 no catálogo de Yale, que lista as 9.110 estrelas visíveis a olho nu da Terra, e por HD 148478 no catálogo Henri Draper – publicado desde 1890 e hoje recheado com 360 mil estrelas (a maioria delas, é claro, tênues demais para serem vistas sem um telescópio).
No tempo de uma vida, as estrelas se movem tão pouco que, para efeitos práticos, não saem do lugar. O céu muda ao longo da noite, é claro – quem já virou a madrugada ao ar livre deve ter acompanhado uma constelação sumir no horizonte. Mas isso ocorre porque a Terra está girando em torno do próprio eixo. Toda estrela nasce e se põe à noite, como o Sol de dia.
(Vale dizer que as estrela se movem um pouquinho, é claro: todas as nossas vizinhas, assim como o Sol, giram em torno do centro da Via Láctea ao longo de milhares de anos – e elas também têm movimentos particulares conforme o contexto gravitacional em que estão inseridas. É só que, de distâncias tão longas, e em escalas de tempo muito curtas, é impossível perceber isso se você não for um astrônomo usando equipamento especializado.
Fonte: livro-texto Astronomia: uma visão geral do universo, da Edusp.
Pergunta de @jecsoncarvalho, via Instagram