Não. Cintia Gama – que é especialista tanto em história do Egito quanto em história da gastronomia – explica que “no processo de mumificação, há uma secagem dos tecidos corpóreos. Eles encolhem, dando a impressão de que todas as múmias são magérrimas”. Em resumo, uma múmia é uma uva passa de gente. A desidratação é essencial para preservá-la.
Os únicos registros fiéis que restaram das panças egípcias são estátuas – como a de Sheikh el Beled, no Museu do Cairo, que na verdade representa Kaaper, um escriba e sacerdote rechonchudo da quarta dinastia.
A escultura é importante porque, na pintura bidimensional da época, as barrigas, bem como muitos outros traços, não eram desenhadas fielmente. Não porque os egípcios fossem muito ligados em padrões de beleza, veja bem, mas porque o estilo de pintura deles não almejava o fotorrealismo das pinturas renascentistas que nós estamos acostumados a entender como sinônimo de arte.
Pergunta de @pedroivoantunes, via Instagram