Sim. Quando você está nadando, seu corpo não sabe que você está numa piscina. Ele solta suor na esperança de baixar a temperatura do seu corpo, que sobe por conta do exercício. A diferença é que a água da piscina já refresca bem. Dentro d’água, perde-se calor por condução: as moléculas de H2O já roubam o calor do corpo.
Ou seja: o suor até vem, mas numa quantidade menor que o normal. Numa piscina a 29 °C, a taxa de suor fica em 0,44 L/h. Na prática de esportes terrestres, a taxa média de suor é de 1 litro por hora.
Mas há quem jorre o dobro disso. No futebol americano, em que é preciso usar equipamento pesado, os jogadores transpiram 1,9 litro por hora. Mas, é claro: se a água estiver mais quente, a transpiração aumenta. A taxa de suor vai a 1,07 L/h quando os nadadores estão numa piscina a 33 °C.
Se nadadores suam dentro da piscina, como detectar sinais de desidratação? Uma alternativa é usar sensores colados à pele. Em 2019, um grupo de pesquisadores da Universidade Northwestern, nos EUA, desenvolveu um adesivo que, graças a um chip, transmite em tempo real a taxa de suor, temperatura corporal e nível de eletrólitos do nadador – eletrólitos são minerais essenciais que ajudam a manter a hidratação e o nível de pH do sangue. O produto é revestido com material impermeabilizante (que mantém a água da piscina para fora) e um conjunto de microcanais que direcionam o suor.
O suor, então, entra em contato com reagentes químicos misturados com corante alimentar. O adesivo muda de cor dependendo dos níveis de cloreto, e há um LED que acende para indicar que é hora de se reidratar. Os desenvolvedores do equipamento afirmam que ele também pode ser usado para monitorar níveis de hidratação de recém-nascidos ou pacientes idosos.
Pergunta de Raphaela Marques, São Paulo, SP