O que é água virtual?
O Brasil é o quarto maior exportador de água virtual do mundo, entenda o conceito.

Calma, ela não vai enferrujar seu computador por dentro. É o volume de água gasto na produção de alimentos e bens de consumo. Pegue uma macarronada como exemplo. O uso mais óbvio da água é a que você ferve para cozinhar a massa. Mas o seu rigatoni provavelmente leva trigo (que precisou de meses de irrigação até estar pronto para a colheita) e ovos (que exigiram alimentação e consumo de água das galinhas).
A água também esteve envolvida na higienização, refrigeração, transporte e na alimentação dos trabalhadores da cadeia produtiva. O termo foi cunhado pelo geógrafo britânico John Anthony Allan em 1993, quando estudava a escassez hídrica no Oriente Médio.
Importar água para esses países seria inviável, então o autor defendia a estratégia de comprar produtos com mais água virtual “embutida”. Faz sentido: é mais fácil comprar o bife já pronto do que se preocupar em irrigar grandes plantações para alimentar gado, por exemplo. A ideia era que a contabilização da água virtual servisse também como ferramenta de negociação econômica, valorizando os produtos que demandam muita água.
Uma curiosidade é que o Brasil é o quarto maior exportador de água virtual do mundo – trilhões de litros de água saem daqui todo ano graças ao agronegócio. Só ficamos atrás de Estados Unidos, China e Índia.