Os piratas realmente faziam suas vítimas andarem na prancha?
Esse método de execução faz parte do imaginário popular graças a duas obras de ficção.
Esse método de execução existia, mas os registros disponíveis não permitem inferir se ele era tão comum quanto os filmes e desenhos animados fazem parecer. É mais provável que essa fosse uma forma sádica e incomum de entretenimento do que algo rotineiro.
Alguns exemplos: em 1788, a segunda edição do Classical Dictionary of the Vulgar Tongue (“dicionário clássico da língua vulgar”), de Francis Grose, inclui a expressão “andar na prancha”. Em julho de 1822, um pirata espanhol descreveu a caminhada de William Smith, capitão de um navio britânico. Em 1829, os marujos de uma embarcação holandesa sequestrada foram assassinados na prancha, com balas de canhão amarradas aos pés. Outros três ou quatro exemplos canônicos, registrados em diários e outras fontes primárias dos séculos 18 e 19, costumam ser citados em livros sobre o assunto.
Duas obras peso-pesado transformaram a caminhada na prancha em um clichê na ficção. Uma delas é A Ilha do Tesouro, de Robert Louis Stevenson, que também foi o responsável por introduzir lugares-comuns como papagaios e pernas de pau. Depois, veio o Capitão Gancho de Peter Pan – tanto a peça de teatro original (1904) como o filme da Disney (1953).
Fontes: livros The Pirates, de Douglas Botting e Under the Black Flag, de David Cordingly.