Por que as missões espaciais sempre retornam à Terra no Cazaquistão?
Será que Borat tem algo a ver com isso?
Por que as missões espaciais sempre retornam à Terra no Cazaquistão? O que há de especial lá?
Guilherme Oliveira, Otacílio Costa, SC
Você se inspirou em Gravidade para fazer essa pergunta, né? Baita filme, mas pera lá: não são todos as missões espaciais que retornam à Terra no país de Borat.
O ônibus espacial da NASA, que cumpriu sua última missão em 2011, por exemplo, pousava nos EUA, na Flórida ou na Califórnia. Nos tempos dos programas Mercury, Gemini e Apollo, os astronautas pousavam no Oceano Pacífico.
Os pousos que ocorrem no Cazaquistão são, na maior parte, de missões russas. É que o país é uma das antigas repúblicas que formavam a União Soviética, nação que disputava palmo a palmo a corrida espacial com os americanos. Por isso, o Cazaquistão herdou o Cosmódromo de Baikonur, um dos maiores complexos de lançamentos espaciais soviéticos. De lá, foram lançados o Sputnik 2, com a cadela Laika a bordo, e a nave Vostok 1 com Yuri Gagarin, primeiro homem a ir para o espaço. Atualmente, a Rússia paga aluguel pelo espaço do Cosmódromo ao governo do Cazaquistão – o contrato vale até 2050.
Por isso, os lançamentos russos saem todos de Baikonur, onde a Nasa deles, a agência Roscosmos (Corporação Estatal de Atividades Espaciais), mantém seus escritórios e plataformas de lançamento. As aterrissagens, porém, não rolam por lá, mas no sudeste do Cazaquistão. Trata-se de uma zona de pouso mais remota, com menor circulação de pessoas e menos riscos de acidentes.
Fontes: International Launch Services e Nasa