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Por que o uso do cinto de segurança no carro é lei se pode andar de moto?

"Só tem duas rodas, é feita para cair" (SOARES, Jô)

Por Alexandre Carvalho
Atualizado em 18 ago 2022, 22h40 - Publicado em 18 ago 2022, 22h40

Primeiro por uma questão cultural. Antes que houvesse uma legislação exigindo o uso de cinto de segurança nos carros, já existiam motos. Formou-se toda uma indústria de fabricação e comércio de motos, e aí não há como voltar atrás. 

Se a questão levasse em conta apenas a segurança, o provável é que as motos fossem proibidas. Um levantamento de 2021 mostrou que 54% dos acidentes graves no trânsito envolvem motociclistas.

Jô Soares, que fraturou os dois braços em quedas de motocicleta, desistindo em seguida desse veículo, definiu bem: “As motos só têm duas rodas, são feitas para cair”. Além disso, quem conduz moto não conta com uma célula de proteção, nem com tecnologias de absorção de impacto (veículos de quatro rodas têm pontos fusíveis na carroceria para que a energia de uma batida não seja transferida para os ocupantes).

E, claro: um cinto de segurança só tornaria a moto mais perigosa. Na eventualidade de uma colisão ou queda no trânsito, se o motociclista estiver preso à motocicleta pelo cinto, ele será arrastado junto com a moto, que tem uma massa maior, e o risco de ferimentos mais graves aumenta. Sem o cinto, ao ser jogado para fora da motocicleta, seu corpo desacelera de forma relativamente gradual e absorve menos energia do impacto. 

Pergunta de Ronyelson da Veiga, Itaúnas, ES

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