Qual é o elemento que compõe um buraco negro?
Majoritariamente hidrogênio e hélio. Mas a verdade é que tanto faz: o que interessa, em um buraco negro, não é a composição química.
Qualquer um. O que torna esses astros especiais não é sua composição química, e sim o que acontece com o material que entra.
Via de regra, o primeiro ingrediente de um buraco negro é uma estrela de grande massa, dezenas de vezes maior que o nosso Sol. Ao final de sua “vida”, essas estrelas entram em colapso sob ação de sua própria gravidade e todo seu material vai se compactando em um ponto minúsculo e infinitamente denso, a chamada singularidade.
Como as estrelas são feitas majoritariamente dos gases hidrogênio e hélio – os dois elementos mais leves e básicos da tabela periódica –, a singularidade também é.
Existe um tipo especial e mais raro de buraco negro, o supermassivo, que provavelmente se forma diretamente do colapso de uma nuvem gigantesca de hidrogênio, sem precisar passar antes pelo estágio de estrela.
Esses buracos, que têm milhões ou até bilhões de vezes a massa do Sol, são muito maiores que os buracos negros comuns, que nascem pesando mais ou menos o mesmo que uma estrela.
Eles funcionam como âncoras gravitacionais instaladas no centro de galáxias espirais como a Via Láctea e se formaram na infância do Universo, quando havia um bocado de hidrogênio livre para servir de matéria-prima.
A questão é que não sabemos o que acontece com esses átomos quando estão submetidos a esse aperto todo. É certo que a compactação faz com que eles deixem se ser algo reconhecível como átomos, mas as equações de Einstein e da mecânica quântica ainda não permitem dizer o que é essa maçaroca.
Tudo que o buraco negro incorporar (ou seja, “engolir”) depois se tornará parte da singularidade e passará pelas mesmas transformações que o hélio e o hidrogênio passam. Vale qualquer casinha da tabela, até o pesadíssimo oganesson, com seus estapafúrdios 118 prótons no núcleo.
Pergunta de Farofa Feliz, de Chapecó (SC), via e-mail.