CERN confirma: partícula descoberta em 2012 é mesmo o bóson de Higgs
Lá vem o bóson novamente. Em julho de 2012, você deve ter acompanhado o barulho que fez a descoberta da tal “partícula de Deus”. Não foi à toa. Depois de décadas de pesquisas e um investimento de mais de US$ 10 bilhões, os cientistas chegaram a ter 99% de certeza de que a partícula que […]
Lá vem o bóson novamente. Em julho de 2012, você deve ter acompanhado o barulho que fez a descoberta da tal “partícula de Deus”. Não foi à toa. Depois de décadas de pesquisas e um investimento de mais de US$ 10 bilhões, os cientistas chegaram a ter 99% de certeza de que a partícula que apareceu em meio aos glúons e quarks em uma colisão de prótons era mesmo o bóson de Higgs, que poderia confirmar o Modelo Padrão da física moderna. Agora é praticamente 100%.
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A partícula que apareceu em julho de 2012 nunca havia sido observada na história da física. Ela tinha a mesma massa que Peter Higgs tinha previsto. Que era um bóson, já estava claro. Mas ainda não dava pra dizer com 100% de certeza que era mesmo o Higgs. A novidade veio hoje em uma conferência na Suíça, em que o CERN, Centro Europeu de Pesquisas Nucleares, mostrou resultados de pesquisas feitas nos últimos oito meses.
Para confirmar se o bóson era o Higgs, cientistas precisavam analisar suas propriedades quânticas e a maneira como ela interage com outras partículas. De acordo com o Modelo Padrão, o bóson não tem spin e sua paridade é positiva. Em outras palavras, ele não gira sobre seu próprio eixo e é idêntico à sua própria imagem se for refletido em um espelho. De acordo com Joe Incandela, porta-voz de uma das equipes responsáveis pelo experimento, “está claro que estamos lidando com o bóson de Higgs, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido até que a gente descubra que tipo de bóson de Higgs é”. E que caminho.
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É muito difícil encontrar o bóson – ele aparece uma vez a cada um trilhão de colisões de prótons. E o LHC está fechado para balanço. Só volta a funcionar a partir de 2014. Para poderem dizer que têm 100% de certeza, os cientistas precisam observar melhor o jeito como o bóson se transforma em outras partículas, como os bósons W e Z. A física quântica chama essa modificação da estrutura da partícula de ‘decaimento’. Estudos anteriores já tinham mostrado que a partícula decai em bósons Z. Mas há boas evidências de que ele também decai em bósons W, do jeitinho que o Modelo Padrão tinha previsto. Agora o CERN está bem perto disso – e 99,9% de certeza é uma grande vitória.
Imagem: Getty
Fontes: CERN, Space.com, New Scientist, Science Daily, The Huffington Post.