A faísca do celular é capaz de explodir um posto
Nunca foi registrado um acidente desse tipo em todo o mundo. O risco existe, mas é próximo de zero
Você já deve ter visto uma plaquinha de “proibido usar o celular” no posto em que abastece seu carro. Essa restrição se deve ao medo de que uma faísca gerada pelo aparelho acabe mandando tudo pelo ares, dada a eventual concentração de gases inflamáveis ao redor das bombas de combustível. Trata-se, porém, de uma lenda urbana clássica, derrubada até pelos caçadores de mitos Jamie Hyneman e Adam Savage, da série Mythbusters. Jamais foi registrado em todo o mundo um só acidente desse tipo.
“A única possibilidade de isso acontecer é o celular cair e a bateria se soltar, produzindo uma faísca perto do chão num posto que tenha acabado de receber combustível”, afirma Marcelo Knobel, professor do Instituto de Física Gleb Wataghin, da Unicamp, no interior de São Paulo. Num dia de elevada eletricidade estática, diz Knobel, essa faísca até poderia provocar um incêndio – tanto quanto a ignição de um motor ou o simples abrir e fechar de uma porta do carro.
O mito da explosão tem origem num e-mail falso que correu o mundo na década de 1990. Supostamente enviado pela companhia petrolífera Shell, ele relatava um acidente provocado por um celular que tocou enquanto o veículo era abastecido. A empresa sempre negou a autoria da mensagem. Mas de nada adiantou, e a proibição ao uso de telefones móveis em postos de combustíveis virou até lei em certos lugares – como nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Campo Grande.