Estudo com 120 mil pessoas bate o martelo: os antidepressivos funcionam
Maior pesquisa científica já feita a respeito analisou 21 medicamentos, e todos se mostraram eficazes; conclusão é válida para casos de depressão severa
Os antidepressivos sempre foram tema de discussão. Con frequência, sua eficácia é colocada em xeque – e o motivo é sempre o mesmo: o medo de que a indústria farmacêutica e médicos acabem prescrevendo os remédios em um nível muito maior do que o necessário.
Um grande estudo publicado na revista científica The Lancet, porém, busca pôr um fim a essa discussão de uma vez por todas. Segundo a pesquisa, liderada pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, os remédios realmente funcionam. Os britânicos analisaram 21 dos antidepressivos mais prescritos, e uma base de 120 mil pessoas.
A análise considerou uma droga “efetiva” apenas quando ela poderia reduzir os sintomas da depressão em 50% ou mais. Depois de oito semanas, todos os 21 antidepressivos testados alcançaram esse patamar, e se mostraram mais eficazes do que um placebo.
Algumas drogas, porém, mostraram-se mais eficazes do que outras. São elas: agomelatina, amitriptilina, escitalopram, mirtazapina, paroxetina, venlafaxina e vortioxetina (que são vendidos sob vários nomes comerciais).
O estudo deve ajudar a diminuir a polêmica em torno dos antidepressivos. Mas ele também recebeu uma crítica: a maioria dos 120 mil casos analisados é de depressão severa, não de depressão leve ou moderada – contra a qual os medicamentos podem ser menos eficazes.
Segundo dados de 2017 da OMS, a depressão afeta 322 milhões de pessoas no mundo. De 2005 a 2015, o número de depressivos aumentou 18,4%. No Brasil, ela atinge 5,8% da população, totalizando 11,5 milhões de pessoas.