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Figurinhas carimbadas

Os primeiros álbuns chegaram ao Brasil na década de 40 e traziam jogadores de futebol. Logo, colecionar a foto de seus ídolos virou mania entre os meninos.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h49 - Publicado em 31 out 2003, 22h00

Manuela Aquino

Os primeiros álbuns chegaram ao Brasil na década de 40 e traziam jogadores de futebol. Logo, colecionar a foto de seus ídolos virou mania entre os meninos. Foi nessa época que nasceram termos que, ainda hoje, fazem parte do nosso vocabulário, como “figurinha difícil” (algo árduo e trabalhoso) e “trocar figurinha” (conversar).

Nos anos 60, surgiram as figurinhas carimbadas que podiam ser trocadas por prêmios. Alguns álbuns davam prêmios a cada página completada. Abrir um pacotinho era uma emoção: eram duas ou três chances em cada envelope. Os prêmios acabaram proibidos depois de denúncias de que as empresas simplesmente não imprimiam algumas figurinhas. Para as repetidas, a solução era trocar com os amigos ou jogar bafo.

Em 1976, surgiram as figurinhas autocolantes, o que aumentou muito as vendas. Nas décadas de 80 e 90 ficaram populares os álbuns de personagens e filmes de cinema e da tevê.

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Carros de Corrida (1969)

Mickey e Donald apresentavam a história do automobilismo. Na pista, máquinas possantes como o Porsche 1965 e a biografia de pilotos como Emerson Fittipaldi e Chico Landi

Superman (1979)

O mais legal do álbum era a última página, em que várias figurinhas formavam um pôster do herói. Nas outras 30 apareciam cenas do filme, os personagens e o nome dos atores

Galeria Walt Disney (1976)

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A grande novidade eram as figurinhas autocolantes. Muita gente decorava cadernos, agendas e estojos, deixando álbuns vazios. Outra razão do sucesso foi o fato de atrair a atenção de meninos, meninas e adultos

Chapinhas de Ouro (1979)

Inesquecível álbum de figurinhas redondas e metálicas. Dá para imaginar como o álbum ficava pesado depois de colar as 211 chapinhas que, apesar do nome, eram de aço? O difícil era jogar bafo com figurinhas tão pesadas

Brasil CampeÃo (1958)

Pelé, Zagalo, Garrincha e todos os craques da seleção campeã do mundo na Suécia. Eram apenas 24 figurinhas e o álbum foi lançado depois da conquista

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Guerra nas Estrelas (1978)

As figurinhas reproduziam as cenas e tinha um texto que narrava a história, assim o álbum completo parecia com uma fotonovela estrelada por Luke Skywalker e Darth Vader

Turma do Paulistinha (1980)

500 cruzeiros em notas fiscais valiam um pacote com dez figurinhas e o álbum completo dava direito a concorrer a prêmios: entre eles, uma Belina e um Dodge Polara. Só foi lançado em São Paulo

Sítio do Pica-Pau Amarelo (1981)

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Além da galeria de personagens, havia uma história em branco para preencher com figurinhas em transfix (lembra aquele plastiquinho que você raspava com a unha de um lado e o desenho saía do outro?)

Amar É … (1982)

Um casal peladinho definia o amor com uma frase romântica: “Amar é … dividir tudo, mesmo um saquinho de pipoca ou percorrer a nave da igreja em direção ao altar”. Os cenários, cabelos e roupas dos personagens mudavam de acordo com a frase

Bem me quer (1982)

“Você pediu minha mão e levou meu coração.” As figurinhas com o casal de namoradinhos e frases adocicadas ficaram famosas entre meninas do mundo todo. A australiana Sarah Kay se transformou em celebridade internacional por causa delas

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Campeonato Brasileiro (1990)

Além da tabela com todos os jogos, havia fichas completas dos jogadores dos 20 times que disputavam o torneio. Foram vendidas mais de 300 milhões de figurinhas. O número foi superado pelo álbum do campeonato de 1994: 335 milhões, até hoje um recorde

Ping Pong Espanha 82 (1982)

Algumas seleções vinham completas, com fotos de todos os jogadores (a do Brasil tinha até gente que não foi para a Copa). Outras, como El Salvador e Nova Zelândia, vinham pela metade. Mas até hoje tem gente que se lembra do goleiro Arzu, de Honduras

Pokémon (1999, 2001 E 2002)

Os esquisitos personagens japoneses protagonizaram três álbuns. Juntos, eles venderam 280 milhões de figurinhas

Por onde anda Sarah Kay?

A artista ainda mora na mesma casa em Sydney, onde há 20 anos criou o casalzinho apaixonado que virou febre mundial. Ela, que criou os personagens para entreter os filhos Adam e Allison, hoje ganha a vida licenciando seus desenhos para fabricantes de cartões e bonecas.

Truques do bafo

As regras do jogo eram variáveis, o que acabava gerando polêmica. Bater com a palma das mãos ao lado do monte para que o vento virasse as figurinhas valia no meu prédio, mas na escola era considerado crime. Porém lamber ou passar a mão no rosto suado para que as figurinhas grudassem era sempre proibido.

1. Brasil Campeão (1958)

2. Carros de Corrida (1969)

3. Galeria Walt Disney (1976)

4. Guerra nas Estrelas (1978)

5. Superman (1979)

6. Chapinhas de Ouro (1979)

7. Turma do Paulistinha (1980)

8. Sítio do Pica-Pau Amarelo (1981)

9. Turma da Mônica (1981)

10. Tex Willer (1981)

11. Bem me quer (1982)

12. Ping Pong Espanha 82 (1982)

13. Amar É … (1982)

14. Olimpíadas de 84 (1984)

15. Rainbow Brite (1984)

16. Bebês Moranguinho (1987)

17. Campeonato Brasileiro (1990)

18. PokÊmon (1999, 2001 e 2002)

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