Ideias 10, 11 e 12: Publicidade sem enganação
Uso de artifícios para incentivar o consumidor a comprar mais é comum em todo o mundo, mas já existem países controlando melhor esse tipo de manipulação
Natalia Rangel
Em 2011, uma propaganda de cosméticos causou estranheza no Reino Unido, ao mostrar a atriz Julia Roberts, 45, com uma pele que parecia boa demais para ser verdade. O fabricante admitiu que as imagens da campanha foram retocadas para “clarear a pele, tirar maquiagem, reduzir olheiras, suavizar os lábios e escurecer as sobrancelhas”, mas que tudo isso refletia “os resultados proporcionados pelo produto”. O argumento não convenceu a agência reguladora da publicidade britânica, que baniu o anúncio. Não seria nada mal se esse tipo de propaganda enganosa fosse sempre controlado com mais rigor.
Muitas vezes, a manipulação de imagem que impressiona o consumidor começa na própria fotografia. “O leite, por exemplo, é aguado, translúcido, feio para fotografar. Então existem vários truques, como usar cola escolar para deixá-lo mais opaco e bonito”, diz o fotógrafo de produtos Daniel Alexandre. Sanduíches de redes fast-food são meticulosamente montados para as fotos – o ketchup é aplicado com seringa e o queijo derretido com secador – e retocados digitalmente no final. “Quanto mais maquiado o produto, mais atrativo”, diz o publicitário Itamar Taver, criador do site Coma com os Olhos, um dos que se dedicam a comparar as fotos de produtos na publicidade e na vida real – como as do sanduíche ali em cima.
Antes do caso de Julia Roberts, os ingleses já tinham criado uma lei, em 2010, que obriga a publicidade a informar se uma imagem foi alterada digitalmente. A ideia pintou depois de uma polêmica sobre o “emagrecimento” exagerado de uma modelo numa revista. Em 2001, foi a vez da França fazer o mesmo e, ano passado, Israel passou sua lei sobre o tema.
Por aqui, os fabricantes usam à vontade a “imagem meramente ilustrativa”. Na prática, isso é a liberdade para usar imagens que não são do produto vendido, de fato. Em 2012, o deputado Francisco Araújo (PSD-RR) propôs proibir o uso da expressão e imagens falsas, mas a ideia não foi para frente. Uma lei semelhante à britânica também foi proposta, em 2010, e tampouco saiu do papel.
Ideia 11 – Arredondar preços
Algarismos ímpares no fim dos números, de modo geral, dificultam a comparação. Mas um estudo do Massachusetts Institute of Technology, de 2003, comprovou o que todo mundo sabe: preços com o 9 no final nos enganam.Três vestidos iguais foram oferecidos por 34, 39 e 44 dólares. O de 39 vendeu mais até do que o de 34, mais barato.
Ideia 12 – Menos propaganda para crianças
Um projeto de lei em São Paulo propôs banir a publicidade e o uso de brindes na venda de alimentos pobres em nutrientes para o público infantil. A lei foi vetada, sob alegação de inconstitucionalidade. Mas na Inglaterra é proibido o anúncio na TV de alimentos com alto teor de gordura e sal para menores de 16 anos. Um estudo do governo americano estimou que se os anúncios de fast food fossem eliminados, haveria 20% menos crianças obesas.
Homem de Marree: o geoglifo gigante na Austrália que ninguém sabe quem fez
Por que as notas Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si têm esse nome?
Golfinhos são vistos usando esponjas como chapéus
Seu nome está no ranking? Saiba como explorar a nova plataforma Nomes do Brasil
Como fazer seu cachorro feliz? Confira 5 dicas da ciência







